
Há 50 anos Alan Touring tinha antecipado que com a Inteligência Artificial iria ser difícil distinguir as interações com pessoas e máquinas, e foi por ai que Paulo Dimas, vice presidente de inovação de produto da Unbabel no seu keynote na sessão de Business & Science Working Together in Education no Congresso da APDC, que decorre na Culturgest. Mas rapidamente passou para a evolução da tecnologia e os LLM, com as vantagens e desvantagens.
Citou por isso a entrevista de Sam Altman da OpenAI que mostra que os modelos estão a alucinar mais, e também o estudo do MIT Media Lab, revelado nas últimas semanas, que mostra a diferença entre dois grupos convidados a escrever um artigo em 20 minutos, um usando o ChatGPT e outra sem LLM. A diferença foi assinalável, ainda assim, Paulo Dimas diz que os resultados também têm de ser vistos em contexto, porque já Sócrates dizia que a escrita ia contribuir para a menor capacidade de memória e criatividade.
Mas o que devemos ensinar numa época onde a Inteligência Artificial já está a assumir um papel mais importante: “primeiro usar o cérebro e depois o LLM, pensamento crítico e o método socrático”, diz Paulo Dimas.
No debate que se seguiu foi levantado o risco das desigualdades. Luisa Ribeiro Lopes, presidente do .PT, avisa para a necessidade de evitar que a IA venha acentuar desigualdades que não podemos perpetuar. “Não temos todos o mesmo acesso, as mesmas competências ou o pensamento crítico”, sublinhou.
E a visão de um tutor a ensinar os alunos ou a fazer perguntas de história é futurista? Maria João Horta diretora da Direção Geral de Educação, no Ministério da Educação, diz que a escola, sobretudo nos escalões abaixo da Universidade, “está longe de ser como o Paulo Dimas refere”. “Nenhum pai aceitaria que o seu filho fosse conduzido assim numa pergunta sobre história”, avisa, referindo-se a um dos exemplos usados no keynote.
Numa perspetiva positiva, Miguel Herdade, do The Access Project, defende que “não temos de ter medo” das mudanças. “Há qualquer coisa que se calhar é antiga mas funciona, que é ter um professor à frente de um aluno a ensinar”, explica, lembrando que as piores experiências de educação são do ensino à distância e os piores resultados aconteceram durante a pandemia de Covid-19.
Mesmo assim a tecnologia é uma boa ferramenta para ajudar a libertar o professor para o que sabe fazer melhor, que é ensinar. Se deixar de fazer powerpoints, ou “responder a uma série de formulários de cada vez que um aluno tem negativa a português”, pode concentrar-se no que é importante e isso vai fazer a diferença.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Milhares de cores em nova imagem impressionante da Galáxia do Escultor -
App do dia
Já experimentou a Edits? É a aposta do Instagram para editar vídeos ao estilo do CapCut -
Site do dia
Adivinhe onde está e aprenda um pouco mais sobre o mundo -
How to TEK
Verifique se o seu smartphone está infetado com malware analisando sintomas estranhos
Comentários