A Neuralink realizou uma nova operação cirúrgica de implante cerebral de um chip. Este foi o segundo teste realizado com sucesso, confirmou Elon Musk durante um podcast transmitido nesta sexta-feira, avançou a Reuters. Já se sabia que a cirurgia ia acontecer algures no final de julho com um paciente anónimo, depois de adiamentos por questão de saúde do mesmo. Até ao final do ano a startup pretende fazer mais oito implantes.

Durante o podcast, o magnata adiantou alguns detalhes da cirurgia, que decorreu como previsto. O paciente que recebeu o novo chip sofreu danos na medula espinhal durante um acidente automóvel, tendo ficado paralisado, à semelhança do primeiro homem a ter o implante. Segundo Elon Musk, cerca de 400 elétrodos estão a funcionar neste segundo teste, embora o chip da Neuralink utilize 1.024 elétrodos ligados a 64 fios, mais finos que um cabelo humano.

Veja na galeria imagens dos implantes da Neuralink:

O chip neural garante aos utilizadores com paralisia executar funções num computador utilizando o pensamento. No primeiro teste, Noland Arbaugh passou a jogar videojogos, navegar na internet, jogar xadrez e a mover um cursor no computador. O paciente esteve também presente no mesmo podcast para dar o seu testemunho. Antes de receber o chip, utilizava uma vara com a boca para tocar no ecrã do tablet para escrever. Agora diz que basta pensar no que pretende e os comandos são traduzidos para o computador. Desde então ganhou maior independência e foi reduzida a necessidade de ter outras pessoas a tratar de si, refere o paciente.

De recordar que nem tudo correu como planeado no primeiro teste e nas primeiras semanas após o implante, parte das ligações colocadas no cérebro retraíram-se, diminuindo o número de elétrodos a funcionar. Para solucionar esse problema, a Neuralink previa ligar os fios do implante alguns milímetros mais fundo no cérebro, para evitar que se retraiam.

Neuralink admite problema não previsto (e ultrapassado) com o primeiro implante num humano
Neuralink admite problema não previsto (e ultrapassado) com o primeiro implante num humano
Ver artigo

A Neuralink fez também algumas modificações no algoritmo para serem mais sensíveis nas leituras dos sinais cerebrais. “Melhorámos as técnicas para traduzir estes sinais em movimentos do cursor e melhorámos a interface do utilizador”, referiu na altura. As modificações nunca colocaram em causa a segurança do paciente.

Elon Musk disse que a velocidade no controlo do cursor através do pensamento tem aumentado, com Noland Arbaugh a bater o seu próprio recorde e com apenas 10 a 15% dos elétrodos previstos a funcionar.