Esta segunda cirurgia será feita num paciente anónimo, avança o CEO da Neuralink, Elon Musk, num vídeo transmitido em direto e agora disponível online na rede X (antigo Twitter). Além deste implante já confirmado, Elon Musk espera ter mais pacientes, perto de dez, até ao final do corrente ano.
Esta segunda cirurgia estava prevista para o final de junho, mas foi adiada devido a problemas de saúde não especificados do paciente, que foi considerado uma contraindicação para o procedimento, diz o The Guardian.
Relativamente à primeira intervenção que foi feita há cerca de três meses, a empresa explica que houve problemas com a ligação dos fios que ligavam o cérebro do primeiro paciente ao seu crânio que estão “mais ou menos estáveis”, após se terem soltado há uns meses.
Em maio, cem dias após o primeiro implante cerebral em humanos da Neuralink, empresa fundada por Elon Musk, atualizou a informação sobre a experiência e confirmou a existência de problemas. A companhia revelou que, nas primeiras semanas após o implante, parte das ligações colocadas no cérebro de Noland Arbaugh retraíram-se, diminuindo o número de elétrodos a funcionar. O jovem de 29 anos está paralisado dos ombros para baixo, desde um acidente de mergulho em 2016.
A empresa referiu que, em maio, o implante, que utilizava 64 fios para se ligar ao cérebro do paciente, tinha apenas 15% deles em funcionamento. Os executivos da empresa explicaram detalhadamente no vídeo que ficou ar preso na cabeça de Noland Arbaugh após a cirurgia e que procedimentos fizeram para ultrapassar esse problema.
Segundo o executivo da Neuralink, Dongjin “DJ” Seo, durante uma transmissão em direto: “ao fazer a cirurgia ao cérebro, demora algum tempo até que os tecidos absorvam e fixem os fios no lugar e, depois, tudo ficou estável”.
A aprendizagem com o primeiro caso, permite agora mitigar esse risco, ao “reduzir a concentração de dióxido de carbono no sangue para níveis normais nos futuros pacientes”, disseram os executivos da empresa durante a transmissão.
No vídeo a equipa explica também as ambições de este procedimento se tornar tão simples de executar como usar um bisturi, para o qual não é necessário pedir autorização.
Veja na galeria de fotos várias fases do projeto de implantes cerebrais da Neuralink:
Nas palavras de Matthew MacDougall, chefe de neurocirurgia da Neuralink, “nos próximos implantes, planeamos esculpir a superfície do crânio intencionalmente para minimizar o espaço sob o implante. Tal irá colocar os implantes mais perto do cérebro e eliminará parte da tensão nos fios”.
A empresa reforçou ainda de que, no futuro, os implantes terão capacidades de “reparar paralisias e perdas de memória”. Além disso, os pacientes com versões mais antigas do implante poderão atualizar ou substituir os modelos com facilidade, ganhando as novas e futuras capacidades da tecnologia.
O implante da Neuralink tem o objetivo de dar aos doentes paralisados a capacidade de utilizar dispositivos digitais apenas com o pensamento. A tecnologia já ajudou Noland Arbaugh a controlar o computador e até a jogar xadrez online ou Civilization VI com a mente.
Veja o vídeo
O dispositivo funciona através da utilização de fios mais finos do que um cabelo humano, para captar sinais do cérebro e traduzi-los em ações. Depois do descolamento, Noland Arbaugh deixou de conseguir controlar o rato, entretanto, o processo foi revertido e a funcionalidade voltou, disseram os executivos na transmissão.
A Neuralink está também a trabalhar num novo dispositivo que, segundo os executivos, exigirá a implantação de metade do número de elétrodos no cérebro para o tornar mais eficiente e potente. Elon Musk disse ainda que a empresa está também a desenvolver outro produto, Blindsight, que permitirá aos cegos ver.
Em 2023, a Neuralink recebeu “luz verde” da reguladora norte-americana, Food and Drug Administration (FDA), para iniciar os testes de implantes cerebrais em humanos.
Ainda antes, a empresa realizou experiências com os seus implantes em animais, incluindo ratos, porcos e macacos. O objetivo era começar os primeiros testes com humanos em 2022, mas a falta de aprovação da FDA, que chegou a rejeitar pedidos da empresa, foi um dos fatores de “peso” que acabou por atrasar esse processo, além de questões como alegados abusos nas experiências com animais.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Fortnite toma de assalto Counter-Strike 2 e Valorant com o novo modo Ballistic -
App do dia
Nintendo Music traz 40 anos de bandas sonoras dos jogos para o smartphone -
Site do dia
Europa Clipper inspira nova banda desenhada sobre astrobiologia da NASA -
How to TEK
Mude o assistente do Waze para a vozes do Venom e Eddie Brock
Comentários