Em 2135 o asteroide Bennu, que tem meio quilómetro de comprimento, passará perto da Terra, mais precisamente a metade da distância da Lua. Embora possa parecer assustador, o corpo celeste não chegará próximo o suficiente para representar uma verdadeira ameaça para o planeta azul. Ainda assim, a “espreitadela terrestre” poderá ter consequências para o futuro.
Existe a hipótese de a gravidade da Terra modificar a órbita do asteroide em torno do sol, colocando-o numa rota de impacto com o planeta no final do século XXII, em 2182. Refira-se que, mesmo assim, a probabilidade continua a ser “extremamente pequena”, pois supõe que a rocha gigante passe através de um “buraco de fechadura gravitacional”.
Os buracos de fechadura gravitacional são áreas do espaço onde a gravidade de um planeta altera a órbita de um asteroide e existem poucos destes buracos que podem representar perigo para a humanidade, segundo os investigadores. É no entanto verdade que há várias pequenas forças que podem influenciar a trajetória da órbita do corpo celeste rochoso ao longo do tempo, levando-o a acertar ou a falhar num destes escassos “buracos de fechadura” perigosos…
O asteroide Bennu viaja a cerca de 100.000 quilómetros por hora. Se atingisse a Terra libertaria energia equivalente a 70.000 bombas atómicas de Hiroshima e criaria uma cratera de cerca de cinco quilómetros de diâmetro, de acordo com os cálculos mais recentes da NASA.
Veja as imagens do asteroide e da missão OSIRIS-REx
Dados reunidos por investigadores da agência espacial norte-americana num novo estudo, publicado no jornal Icarus, indicam que as probabilidades de impacto entre a rocha espacial e a Terra permanecem baixas, mas aumentam para uma em 1.750, ou para 0,057%, num período de análise a 300 anos. Falhando todas as previsões, 24 de setembro de 2182 é apontada como a data mais provável para tudo de errado acontecer, com uma hipótese de choque de uma em 2.700, ou de cerca de 0,037%.
Embora a possibilidade de atingir a Terra seja diminuta, o Bennu é considerado um dos asteroides mais perigosos do nosso sistema solar, a par do 1950 DA, isto entre as ameaças conhecidas. As por descobrir podem ser mais assustadoras e é por isso que a NASA tem um programa de identificação de objetos próximos da Terra, com mais de 140 metros de dimensão.
Além disso tem igualmente em curso o projeto DART que prevê o desvio de asteroides da rota de colisão com a Terra em intervenções controladas, sempre que seja necessário.
A promessa tanto da agência espacial norte-americana, como da agência espacial europeia é a de continuarem a ter “debaixo de olho” possíveis ameaças do género, por mais mínimas que sejam.
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