Portugal vai ter acesso a mais 15 milhões de euros para investigação fundamental, através do European Research Council, um dos instrumentos de apoio à I&D do Horizonte 2020. A verba soma o valor atribuído aos projetos selecionados no último concurso do Conselho. Em todos os concursos já realizados ao abrigo do mesmo instrumento, desde que o Horizonte Europa está no terreno, as instituições portuguesas conseguiram captar um total de 24 milhões de euros.

Este financiamento mais recente foi conseguido através do ERC Consolidator Grants, dirigido a investigadores individuais na fase de consolidação da sua investigação, onde Portugal garantiu apoio para cinco projetos nacionais, quatro na área das ciências sociais e humanidades e um na área das ciências exatas e engenharia, num financiamento total de 9,7 milhões de euros. O projeto de engenharia integrado neste leque é promovido por um investigador da Associação do Instituto Superior Técnico para a Investigação e Desenvolvimento e tem como tema a aceleração extrema de partículas em choques: do laboratório à astrofísica. Vai receber 1,8 milhões de euros.

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No âmbito de outra medida, o ERC Starting - que apoia investigadores em início de carreira - foram aprovados mais três projetos que se encontravam em lista de reserva, com um financiamento de 4,95 milhões de euros.

Em janeiro, outros cinco projetos nacionais tinham já sido aprovados no âmbito da mesma medida, assegurando um financiamento de 8,3 milhões de euros e estabelecendo um recorde para Portugal, que pela primeira vez conseguiu aprovar oito projetos nacionais num só concurso ERC.

Os projetos aprovados mais recentemente vão estudar o feedback entre a dinâmica populacional e a evolução das interações, o impacto global da contaminação da água costeira no desenvolvimento económico e os fatores genéticos que permitem simbioses do microbioma, tendo como modelo as abelhas.

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Os 24 milhões de euros considerados nas contas totais sublinhadas num comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior englobam também o financiamento associado a quatro projetos selecionados em fevereiro, no âmbito da iniciativa “Provas de Conceito” do ERC. Os 600 mil euros atribuídos nessa altura a bolseiros de investigação, que já tinham sido apoiados financeiramente, servem para permitir que os investigadores explorem, testem ideias e desenvolvam parcerias para aplicar os resultados dos projetos de I&D previamente financiados.

Em Portugal, a participação nos programas do Horizonte 2020 é promovida pela Rede Perin, que inclui a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (que coordena todas as ações no âmbito do Conselho Europeu de Investigação), a Agência Nacional de Inovação, a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica, a Agência Espacial Portuguesa e a Agência Erasmus.

De acordo com estimativas do Conselho Europeu de Investigação, em média, cada um dos projetos financiados por esta via gera emprego para mais de cinco pessoas, entre investigadores, gestores de ciência, estudantes de doutoramento ou técnico.