A Portugal Space vai participar no desenvolvimento do novo Telescópio Solar Europeu (TSE). A Agência Espacial Portuguesa integra agora a direção do consórcio de 30 instituições de 18 países que vai estudar a viabilidade científica e económica do projeto que tem em vista a construção do maior telescópio solar alguma vez construído na Europa.
Em comunicado, a Portugal Space explica que, após a fase preparatória que terminará no fim de 2020, o consórcio e as organizações financiadoras do projeto vão traçar um plano detalhado acerca da instalação do telescópio, analisando os custos e os possíveis riscos. Ao todo, estima-se que o projeto tenha um custo de obra de 180 milhões de euros.
Com um espelho primário de quatro metros, construído e operado pela Associação Europeia de Telescópios Solares, o TSE vai permitir colmatar as lacunas das atuais ferramentas espaciais e terrestres.
De acordo com a Agência Espacial Portuguesa, o TSE conseguirá examinar a união magnética na atmosfera solar, desde as camadas mais profundas da fotosfera até aos estratos mais altos da cromosfera. Além disso, poderá dar a conhecer os atributos térmicos, dinâmicos e magnéticos do plasma solar em alta resolução espacial e temporal.
O TSE será instalado nas Ilhas Canárias e deverá começar a observar a atividade do Sol a partir de 2027. A Portugal Space afirma que o projeto será fundamental para prever e mitigar o impacto das tempestades solares na Terra. O fenómeno pode afetar os sistemas elétricos mais sensíveis, causando interrupções nas comunicações por satélite e falhas nos sistemas de navegação e redes de energia internacionais.
Segundo Chiara Manfletti, presidente da Portugal Space, as observações realizadas a partir do TSE vão complementar as descobertas do Solar Orbiter, a missão da ESA que conta com tecnologia portuguesa.
A Critical Software desenvolveu vários sistemas de software para a missão, incluindo programas centrais de comando e controlo, de deteção e recuperação de falhas e de gestão de comportamento térmico. A Active Space Technologies produziu componentes em titânio para o braço de suporte e orientação da antena de comunicação da sonda com a Terra e para os canais para a passagem de luz que atravessam o escudo térmico do aparelho.
Já a Deimos Engenharia, que também ajudou a desenvolver a componente científica do Cheops, o satélite da ESA que pretende medir os planetas fora do sistema solar, trabalhou na definição e implementação da estratégia para testar os sistemas de voo do equipamento.
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