O sedentarismo pode aumentar o risco de doenças neurológicas como a demência. Passar muito tempo em frente a um ecrã de televisão, segundo um novo estudo, é uma das atividades que potencia esta correlação, mas a mesma pesquisa também mostra que a exposição prolongada a outros ecrãs não tem o mesmo impacto.
O estudo publicado no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences detalha que, na comparação entre quem assiste a duas horas diárias de TV e quem passa mais de três em frente a um ecrã de TV, verifica-se um aumento de 20% no risco de demência neste segundo grupo. Por outro lado, na comparação entre quem não usa o computador e quem passa pelo menos uma hora por dia a usar o computador em lazer, o risco diminui 25%.
A pesquisa foi conduzida por investigadores norte-americanos e analisou dados de mais de 146 mil pessoas com idades superiores a 60 anos, relativos a 12 anos. Nenhum dos envolvidos tinha demência quando o estudo arrancou, mas cerca de 3.500 acabaram por desenvolvê-la e uma das características dominantes neste grupo era o facto de assistirem a, pelo menos, 3h30 de televisão diariamente.
Os dados foram recolhidos a partir do UK Biobank, uma plataforma que reúne dados médicos de meio milhão de britânicos adultos e a partir de questionários, que avaliaram o estilo de vida dos participantes e a relevância de outros fatores de risco para as conclusões.
O coordenador do estudo, David Raichlen, admite que para explicar a diferença com rigor, do impacto da experiência com estes dois tipos de ecrãs, é necessário aprofundar a investigação. Reconhece, no entanto, que o principal fator terá a ver com o "envolvimento cognitivo” que um e outro meio exigem do interlocutor, como referiu em declarações ao The New York Post.
Enviar emails, jogar ou ler são exemplos de atividades realizadas no computador que exigem alguma dinâmica cognitiva. “Ver televisão é normalmente uma atividade passiva do ponto de vista cognitivo”, acrescentou o responsável pela pesquisa à mesma fonte.
As previsões científicas indicam que a prevalência da demência terá aumentado em 40% daqui a 10 anos. A atividade física também estimula o cérebro e foi precisamente para perceber o impacto de não a praticar na saúde mental que este estudo foi realizado.
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