E se um robot com asas pudesse pousar como um pássaro? Uma equipa de investigadores desenvolveu um novo método que dá a robots deste tipo, que se enquadram na categoria de ornitópteros, a capacidade de pousar autonomamente, recorrendo a um mecanismo semelhante a uma garra.

Os investigadores, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, e da Universidade de Sevilha, em Espanha, explicam que fazer com que o robot voador autónomo, desenvolvido no contexto do projeto europeu GRIFFN, cumprisse tal proeza foi necessário conjugar vários fatores.

Espelhando o que acontece na Natureza, o ornitóptero tinha de ser capaz de desacelerar à medida que se preparava para pousar e as suas garras precisavam de ser fortes o suficiente para se agarrarem a um poleiro e suportarem o peso do robot, mas não demasiado pesadas.

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Os especialistas optaram por equipar o robot com apenas uma garra, de modo a mantê-lo menos pesado. A garra em si foi concebida para absorver o impacto da aterragem e é capaz de se fechar firmemente para evitar quedas.

O ornitóptero foi também equipado com um computador de bordo e com um sistema de navegação, acompanhado por um outro sistema no exterior, que o ajuda a determinar a posição em que se encontra.

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“Esta é a primeira fase de um projeto maior”, realça o investigador Raphael Zufferey. De acordo com o especialista, assim que um ornitóptero consiga dominar a “arte” de aterrar autonomamente, há potencial para conseguir levar a cabo outras tarefas, aumentando o número de aplicações possíveis. A equipa de investigadores está agora à procura de novas formas de melhor o robot voador e de prepará-lo para voos em zonas exteriores.

"Neste momento as experiências estão a ser realizadas em ambientes interiores, porque precisamos de ter uma zona de voo controlado com localização precisa para o sistema que capta movimentos. No futuro gostaríamos de melhorar a autonomia do robot para realizar atividades no exterior e em ambientes mais imprevisíveis", detalha Raphael Zufferey.