Está tudo a postos para o regresso não tripulado à Terra da CST-100 Starliner, da Boeing. A garantia é da NASA que prevê para as 18h04 EDT - correspondentes 23h04 em Lisboa - o desacoplamento autónomo da nave da Estação Espacial Internacional.

Ao contrário do previsto inicialmente para a missão tripulada, a Starliner vai fazer a viagem de volta sozinha, deixando no laboratório orbital os astronautas Darry Wilmore e Sunita Williams, que só regressam em fevereiro de 2025, a bordo da missão da SpaceX Crew-9.

Astronautas da Starliner presos na Estação Espacial Internacional só regressam em fevereiro
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Lançada a 5 de junho, a Starliner atracou no dia seguinte no módulo Harmony da ISS. Aquela que seria a missão de estreia da Starliner com pessoas a bordo deveria ter regressado pouco mais de uma semana depois, mas os problemas com os propulsores de controlo de reação da nave espacial e a descoberta de pequenas fugas de hélio levaram a NASA a impedir a viagem de volta nas condições planeadas inicialmente.

Recorde as imagens do lançamento e chegada da Starliner à ISS 

Para segurança dos astronautas, a agência espacial norte-americana anunciou a 24 de agosto que a nave da Boeing regressaria à Terra sozinha, numa data que seria revelada mais tarde.

A Starliner é uma nave espacial parcialmente reutilizável que consiste numa cápsula tripulante com cerca de três metros de altura e um módulo de serviço. Ao contrário do veículo Crew Dragon, da empresa SpaceX de Elon Musk, não pousa na água, mas sim em terra firme.

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A partida será diferente do planeado originalmente, para o regresso com os astronautas. A Starliner fará uma manobra rápida chamada “queima de fuga”, mais simples sem tripulação, e que reduz a pressão nos propulsores do sistema de controlo de reação - os tais que tinham apresentado problemas durante a aproximação à ISS na viagem de ida, em junho.

Após o retorno seguro da cápsula, os engenheiros da NASA vão concentrar-se nas questões identificadas em redor dos propulsores e das fugas de hélio. O principal problema foi o superaquecimento dos propulsores, causado pelo inchaço de um componente de Teflon que restringiu o fluxo de combustível.

A NASA quer apostar em alterações operacionais em vez de alterações de hardware, nomeadamente evitar condições que causam o superaquecimento ou modificar estruturas do módulo de serviço para dissipar melhor o calor. Quanto às fugas de hélio, acredita-se que os elementos de vedação estejam a degredar-se devido a vapores oxidantes, e uma solução seria usar um material diferente.

Solucionados os problemas, a certificação da Starliner para voltar a fazer missões tripuladas poderá obrigar a um novo voo de teste sem pessoas a bordo.

A NASA está a prever o desacoplamento autónomo da Starliner da Estação Espacial Internacional para as 18h04 EDT - correspondentes 23h04 em Lisboa. O momento vai ter transmissão em direto, através dos canais habituais da agência espacial. Se tudo correr bem, o pouso da cápsula, no White Sands Space Harbor, Novo México, acontecerá às 00h03 locais - 05h03 em Lisboa.