Está a ser construído um observatório de grandes proporções, conhecido como SKAO (Square Kilometer Array Observatory). Este faz parte de um conjunto de telescópios que têm o objetivo de estudar o início do universo. O Reino Unido está encarregue de construir o cérebro do SKAO, composto por 197 pratos e cerca de 130 mil antenas e que será colocado na África do Sul e Austrália.
Além de estudar o universo, o sistema vai também sondar galáxias distantes à procura de sinais de rádio extraterrestres e tentar encontrar sinais de vida em outros planetas. O cérebro do sistema é composto por software e hardware superpoderosos, desenhado para trabalhar em rede e controlar aquele que será o maior telescópio de rádio que foi construído. É considerado um dos maiores projetos científicos do século XXI, que se irá juntar a uma série de outros telescópios de próxima geração a serem concluídos durante esta década, incluindo o telescópio espacial James Webb e o E-ELT (European Extremely Large Telescope).
Segundo é explicado à BBC News, o SKAO vai gerar cerca de 600 petabytes (600 milhões de gigabytes) de dados por ano, a serem distribuídos pelos astrónomos em todo o mundo. “Será um problema de escala, um problema de processamento e um problema de transferência de dados”, salienta o Dr. Chris Pearson, o líder do projeto. O novo observatório vai procurar respostas a perguntas como quais foram as primeiras estrelas a brilhar no universo; ou o que é a “energia negra” do cosmos. E claro, procurar saber se estamos sozinhos no universo.
A organização internacional responsável pelo SKAO recebeu luz verde no ano passado para construir o observatório, uma empreitada que deverá demorar uma década a concluir. O maior contribuinte do projeto é o Governo do Reino Unido, suportando 15% do total dos custos de construção (15 milhões de libras) e as suas operações iniciais desde 2021 até 2030. Este orçamento servirá para suportar o envolvimento das universidades de Oxford, Cambridge e Manchester, assim como alguns laboratórios de investigação.
É explicado que o software que está a ser produzido vai ajudar a orientar o telescópio, dizendo-lhe para onde olhar no céu, fazer diagnósticos de problemas e traduzir os sinais captados em dados utilizáveis para investigação. Se o sistema fosse composto por um prato ou antena, o trabalho seria linear, mas o objetivo é trabalhar de forma sincronizada com milhares de componentes do observatório.
Os cientistas vão começar a testar o sistema numa escala pequena, com quatro pratos de rádio na África do Sul e seis estações na Austrália, compostos por 256 antenas. A partir daí vai ser escalado, esperando-se que o primeiro protótipo do cérebro esteja pronto a funcionar em 204.
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