É uma simulação preparada pela Agência Espacial Europeia (ESA) que transporta os espectadores a bordo da Mars Express e permite sobrevoar canais curvos, ilhas aerodinâmicas e o terreno caótico e lamacento de Marte, com vislumbres dos locais de aterragem dos rovers.
O itinerário da visita está centrado na região de Oxia Palus, que ocupa uma área total de aproximadamente 890 mil km², mais do dobro da Alemanha. No está um dos maiores canais de escoamento de Marte, o Ares Vallis que se estende por mais de 1.700 km, descendo em cascata desde as terras altas do sul do planeta até às planícies mais baixas de Chryse Planitia.
Veja o vídeo
A agência recorda que, há milhares de milhões de anos, a água passou pelo Ares Vallis, pelo vizinho Tiu Vallis e por numerosos outros canais menores, criando muitas das caraterísticas que hoje se observam nesta região.
Depois de mostrar uma espetacular vista global de Marte, a ESA foca-se na área marcada pelo retângulo branco, começando pelo local de aterragem da missão Pathfinder da NASA, cujo rover Sojourner explorou as planícies aluviais de Ares Vallis durante 12 semanas em 1997.
Mais para sul, esta viagem virtual passa sobre duas grandes crateras: a Masursky e a Sagan. A margem parcialmente erodida da cratera Masursky, em particular, sugere que a água já passou por ela, vinda do vizinho Tiu Vallis.
Esta cratera está cheia de blocos desordenados, e podem ver-se muitos mais ao virar para norte, para Hydaspis Chaos. O “terreno caótico” é típico de regiões influenciadas por canais de escoamento massivo. Pensa-se que o seu aspecto confuso e lamacento surgiu quando a subsuperfície foi afetada por um fluxo de água repentino. A perda de apoio a partir de baixo fez com que a superfície se deslocasse e se partisse em blocos de vários tamanhos e formas.
A viagem prossegue para a cratera Galilaei, que tem uma margem altamente erodida e um desfiladeiro esculpido entre a cratera e o canal vizinho. É provável que a cratera tenha contido em tempos um lago. Depois vislumbram-se ilhas com linhas aerodinâmicas e margens de rio em socalcos, com as “caudas” das ilhas em forma de lágrima a apontar para a direção a jusante do fluxo de água na altura.
O passeio marciano continua quando se volta a atravessar o Ares Vallis, rumo ao terreno mais suave de Oxia Planum e ao local de aterragem planeado para o rover ExoMars Rosalind Franklin, da ESA, que tem como principal objetivo procurar sinais de vida passada ou presente em Marte. Por esse motivo, esta região outrora inundada de água é um local ideal.
O voo termina com uma deslumbrante vista aérea de Ares Vallis e da sua fascinante vizinhança rica em água, detalha a ESA. Veja aqui como foi criado este vídeo que a agência avisa não representar a forma como o Mars Express sobrevoa a superfície de Marte.
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