Depois de terem sido levantadas muitas dúvidas sobre a segurança do sistema informático usado nos tribunais, o CITIUS, uma auditoria aponta agora a existência de 21 falhas de segurança, seis das quais classificadas como críticas.

A auditoria foi encomendada pelo Ministério da Justiça à Critical Software e data de Julho de 2009, tendo sido concluído um aditamento em Março de 2010, escreve o Jornal Público.

De acordo com o mesmo jornal, o Ministério da tutela não explica os problemas que foram identificados, adiantando apenas que "corrigiu as falhas que a tecnologia do actual sistema permitiu".

Recorde-se que o desenvolvimento do CITIUS Plus foi entregue no ano passado à Critical Software, num contrato no valor de quase um milhão de euros que já foi contestado por várias entidades e até questionado no Parlamento.

Segundo informação disponibilizada na altura, a nova linguagem usada para reformular o CITIUS deverá melhorar a segurança e a eficiência do sistema. O Ministério avança ainda que o CITIUS Plus deverá entrar em testes a partir de Setembro na comarca de Lisboa-Noroeste.

Embora o Ministério não revele as falhas que foram identificadas na auditoria, o Público escreve que o relatório dava conta da possibilidade de alterar ou remover gravações de audiências em tribunais, do risco de subverter dados no envio de peças processuais e da fraca qualidade das passwords. Bastou o uso de ferramentas de fácil acesso para a equipa de auditoria ter acesso a 53% das passwords dos mandatários.

Para além da auditoria da Critical Software, foi realizada, em Março de 2009, uma nova auditoria da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que também detectou fragilidades no sistema, mas garantia que este oferecia um nível superior de segurança e consistência em relação à utilização de papel.