O investimento que os fornecedores têm feito na tecnologia de Cloud parece começar a dar frutos de forma mais consistente e este é um mercado onde a Oracle quer ganhar mais espaço, apostando em fazer pontes e em oferecer aos seus clientes opções eficientes, com inovação e vantagens que se estendem da Cloud Privada à Cloud Pública.

Neil Sholay, Head da Oracle Digital para a EMEA, deixou esta mensagem bem marcada no Oracle Cloud Day, que decorreu hoje em Lisboa, lembrando que a empresa já está há muitos anos no mercado e que tem acompanhado várias transformações nas TI com os seus clientes.

Diferenciando as opções entre a Cloud privada – que exige um maior compromisso e é como um casamento – e a Cloud pública – que permite diferentes envolvimentos e relações de curta duração, como acontece nos bares de solteiros – Neil Sholay defende que as empresas têm de definir primeiro quais são os seus objetivos ao migrar para a cloud e os resultados que realmente querem obter.

Apontando vários exemplos de empresas que conseguiram optimizar a sua oferta de serviços recorrendo à Cloud, o responsável pela Oracle Digital na Europa lembra que também a gigante norte americana de bases de dados e hardware fez este caminho, e que nos últimos 7 anos isso já permitiu poupar mil milhões de dólares.

Mas como podem as empresas otimizar o tempo de chegada ao mercado? É possível lançar um serviço em 3 semanas? Neil Sholay acredita que sim, e diz que para ganhar agilidade as empresas devem ser “service enabled”, “platform oriented” e não reinventarem a roda.

“As empresas ´inteligentes´ não têm limites. Não são baseadas em tecnologia mas descobrem as soluções que fazem sentido para o seu negócio e as TI implementam essas soluções”, explica.

Casos como o da Avascope, que implementou uma solução de visualização de vestuário em 3D baseado num scanner integral dos clientes realizado com a Xbox, ou o da Ubank que recorre ao big data para oferecer aos utilizadores dados comparativos de perfis de consumo e dessa forma tentar angariar clientes para os seus produtos bancários, estão entre os exemplos “smart” apontados por Neil Sholay.

Embora por detrás do lançamento de um serviço na Cloud existam de facto muitas peças, o responsável da Oracle Digital na EMEA garante que a Oracle conseguiu comprimir os 726 passos necessários para lançar uma aplicação on premisses em apenas 37 passos quando a solução é disponibilizada na Cloud. “Isto não é um objetivo, é a realidade onde estamos”, sublinha.

Muita desta “compressão” faz-se na área das operações, onde o custo e as horas de trabalho ficam do  lado do fornecedor de serviço, no caso a Oracle. Mas há outras vantagens, como a redução de custos de costumização, já que na Cloud há uma maior tendência para a normalização, e mesmo quando há adaptações, são normalizadas.

A construção de pontes na Cloud é um dos objetivos da Oracle, e Neil Sholay garante que só a empresa dá aos clientes a possibilidade de mudar de Cloud pública para privada e voltar a trás, e até mudar para a concorrência. Sem “lock-in”. “Há muitas plataformas tecnológicas de Cloud. Todas são importantes, nenhuma é universal”, lembrou.

Ainda durante o Oracle Cloud Day foram partilhadas as experiências da Lusitânia, da Vitória e da SIC na Cloud. Embora nem todas tratem ainda por “tu” a tecnologia, a opção pela Cloud faz parte da estratégia das três empresas, que estão em estágios diferentes e com projetos diferenciados de acordo com os seus modelos de negócio.

A Lusitania Seguros já avançou com um sistema de Disaster Recovery na Cloud, que foi um plano arrojado mas que agora dá “zero trabalho”, como explica Alexandre Ramos. A Victória Seguros está ainda numa fase piloto porque fez um investimento num novo datacenter há apenas 3 anos, mas está também a estudar a possibilidade de avançar com Disaster Recovery na Cloud.