A plataforma chama-se Workforce Experience Platform (WXP) e foi lançada na semana passada, tirando partido da Inteligência Artificial para identificar problemas, sugerir soluções e executar ações automatizadas. O objetivo é melhorar a experiência digital dos trabalhadores, mas na prática pode ser uma ferramenta muito útil para a gestão dos recursos das empresas, do ponto de vista dos departamentos de tecnologias de informação e do help desk.

Pedro Coelho, Managing Director da HP Portugal, explica que os números apurados sobre a insatisfação dos profissionais refletem ambientes complexos nas empresas, com trabalho remoto e híbrido e uma gestão do parque tecnológico não centralizada, que estão a afetar a produtividade. Numa apresentação aos jornalistas onde o TEK participou, lembra que os equipamentos não resolvem o problema mas podem ser parte da solução, desde que sejam adicionadas soluções e serviços mais completos para melhorar a experiência digital.

"É uma abordagem disruptiva ao que estávamos habituados no mercado [...] conseguimos identificar situações anómalas antes delas acontecerem", afirma, lembrando que isso corresponde a redução de tempo de inatividade mas também de custos, evitando deslocações.

Os números do estudo da HP indicam que 72% dos trabalhadores não têm uma relação saudável com o trabalho, e 74% afirmam que suas empresas não oferecem a estrutura necessária para um desempenho eficiente. Além disso, quase metade dos funcionários evitam entrar em contato com o suporte técnico ao enfrentar problemas, e muitos convivem com dificuldades que o serviço de TI não consegue resolver.

Com este cenário, onde os custos de TI à volta da gestão da experiência e utilizadores em modo híbrido trazem custos adicionais, admite que estão criadas as condições para a HP apresentar uma solução unificada para responder a estes desafios e que por isso a empresa desenvolveu a Workforce Experience Platform (WXP).  A solução é agnóstica em relação a fabricantes e sistemas operativos, funcionando com equipamentos da HP e de outras marcas,

A plataforma recolhe e analisa os dados dos equipamentos para identificar de forma antecipada os problemas e sugerir soluções, executando também algumas ações de forma automática. Nuno Cordeiro, HP Services & Solutions Business Manager, adianta que com o WXP é possível "ter uma abordagem preditiva e proativa" e que as empresas conseguem uma visão holística do parque de equipamentos e do seu ciclo de vida  e reduzir o tempo médio de resolução dos problemas dos colaboradores.

As recomendações são ajustadas ao perfil e função de cada utilizador em vez de se basearem em recomendações genéricas e medem de forma contínua a satisfação dos utilizadores.

Nuno Cordeiro citou alguns números sobre o funcionamento da plataforma que já monitoriza 24,6 milhões de dispositivos, analisando 700 GB de dados diariamente de 26.400 empresas em 180 países. Estes dados, anonimizados, ajudam a otimizar a gestão de TI e a reduzir custos de operação.

HP Workforce Experience Platform (WXP)
HP Workforce Experience Platform (WXP)

Entre os impactos práticos da plataforma, a HP afirma que empresas que já adotaram o sistema registaram uma redução de 20% no tempo médio de resolução de problemas e uma queda de 30% na inatividade dos dispositivos. Além disso, o WXP pode ser integrado a ferramentas como Power BI, ServiceNow, Tableau e Intune, ampliando seu alcance dentro do ecossistema corporativo.

Para já a solução da HP está em roll out e foi lançada em Portugal na semana passada mas Nuno Cordeiro adiantou ao TEK que já há vários clientes interessados, de diferentes sectores, com os quais a HP está a trabalhar. A nível interacional já existem vários casos de implementação.

Durante a apresentação foram ainda citados dados da consultora Gartner que confirma a tendência para a adoção crescente de soluções voltadas para a experiência digital dos funcionários. A previsão é que, até 2026, 50% dos CIOs tenham implementado estratégias de Digital Employee Experience (DEX), sendo que em 2028, a consultora alerta para o risco de obsolescência das lideranças que não estabeleçam essa abordagem como prioridade.