O software open source foi, pela primeira vez, incluído na lista de compras públicas do Estado português, o que vai permitir a utilização de um conjunto de programas de código aberto pela Administração Pública através do catálogo de compras públicas.

A notícia é avançada hoje pela Associação de Empresas de Software Open Source Portuguesas (ESOP), que defende que a adopção "permitirá, às entidades públicas, qualidade a preços muitíssimo mais reduzidos", lê-se em comunicado.

De acordo com a mesma fonte, a escolha foi feita por meio de um Concurso Público de Licenciamento de Software realizado recentemente, pela Agência Nacional de Compras Públicas, que "qualificou pela primeira vez um conjunto de software de código aberto e o colocou à disposição das entidades da Administração Pública".

Esta é a primeira vez que o catálogo de compras públicas inclui software comercializado num "paradigma diferente do habitual": na maioria dos programas disponibilizados o licenciamento é gratuito, sendo o pagamento às empresas garantido através da manutenção, explica a associação. Existem também casos em que o licenciamento tem custos, mas ainda assim inferiores aos cobrados pelas licenças do software proprietário, afirmam.

Entre as soluções de open source agora seleccionadas estão, por exemplo, a base de dados MySQL, utilizada pela Wikipedia, o software de gestão de conteúdos Knowledge Tree e o Alfresco - que é utilizado na Comissão Europeia e em várias empresas portuguesas.

Na lista estão também o servidor de email Scalix Enterprise, o servidor de comunicações unificadas IPBrick.IC e os sistemas operativos para servidores Red Hat Enterprise Linux e Caixa Mágica Enterprise Server.

Os sistemas operativos Linux Caixa Mágica e Ubuntu Linux - destinados a computadores portáteis e de secretária - e o software de produtividade StarOffice (baseado no projecto de código aberto OpenOffice.org) completam o lote de aplicações disponíveis para aquisição.