(Atualizada) O grupo de hacktivistas Anonymous anunciou este domingo ter acedido aos servidores de uma empresa de segurança - com clientes como o Departamento da Defesa norte-americano, o Exército ou a Força Aérea - e roubado dados de cartões de crédito com os quais fez doações a instituições de caridade.

A notícia é avançada por diversos meios de comunicação internacionais, com base na informação publicada pelo grupo no seu perfil no Twitter e em declarações de alegados envolvidos no ataque, que terá permitido o acesso a mais de 200 GB de dados.

Segundo os hackers, foi possível aceder e usar a informação relativa aos cartões de crédito dos clientes da Stratfor porque a empresa não assegurou a encriptação dos dados (conversão ou transmissão da informação em código para protegê-la da leitura por terceiros não autorizados), o que não deixa de ser "embaraçoso" para uma empresa que fornece análises políticas, económicas e militares para ajudar os clientes a reduzir riscos de segurança.

De acordo com uma lista publicada no Twitter, entre os clientes da Stratfor encontram-se instituições como o Departamento da Defesa norte-americano, o Exército, a Força Aérea e empresas como a Apple ou a Microsoft.

Entre os visados estariam também vários portugueses, “desde militares a jornalistas, passando por agentes das forças de segurança ou elementos de empresas de consultoria”, escrevia o jornal i, que entrou em contacto com alguns dos lesados. Segundo o jornal, estes “acusaram a recepção de um email, por parte da Stratfor, a alertar para o roubo e a lamentar o sucedido”.

O perfil do grupo na rede social de microblogs serviu também para mostrar imagens daquilo que os hacktivistas afirmam ser recibos de doações a instituições de caridade, feitas em nome de alguns clientes da empresa, usando os dados dos cartões de crédito que roubaram.

Um alegado envolvido no ataque, citado pelo Telegraph, terá ainda adiantado que o ataque marca o início de uma série de ações do género a terem lugar durante uma semana, com o objetivo de realizar até 1 milhão de dólares em doações.

É, porém, difícil perceber quem estará por detrás da ação - ou se haverá consenso entre os membros - quando as informações online se contradizem. Existe, por exemplo, um comunicado assinado pelo Anonymous onde o grupo nega a autoria do ataque à Stratfor.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes