
Os agentes de IA já tinham sido um dos grandes tópicos da Appian no último ano e voltam a dominar as apresentações no Appian World 2025, que decorre em Denver, nos Estados Unidos. Mas a abordagem da empresa que se especializou em processos é diferente, garante o CEO e co-fundador da Appian, Matt Calkins, dizendo que “não estamos aqui para o hype da IA mas para o efeito prático […] estamos a fazer uma ciência da aplicação da IA aos casos de uso realmente importantes em indústrias relevantes”.
Os resultados que o investimento na IA estão a trazer somam-se a uma história de desenvolvimento da plataforma da empresa. “Na Appian vemo-nos como a empresa dos processos. Com 25 anos de negócio e inovação, isso significa duas coisas muito importantes: uma é excelente software e outra é especialização no processo”, detalhou Matt Calkins na sua keynote de abertura.
“Sabemos as necessidades dos negócios em áreas críticas e trazemos o que é importante para criar valor nas organizações de uma forma estruturada, governada e eficiente, mas também muito ágil”, afirma Matt Calkins.
A nova versão da plataforma Appian 25.1 está no centro da mudança com as principais atualizações focadas na forma como a inteligência artificial e os dados podem trabalhar para os processos de negócio. Há uma aceleração de 75 vezes no número de documentos processados por hora, e a capacidade de sincronizar 10 milhões de linhas por tipo de registo na Data Fabric da Appian, e estes são alguns dos números que mostram a eficiência que depois tem impacto no negócio dos clientes.
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Na conferência foram partilhados vários exemplos da maneira como as organizações estão a tirar partido das soluções para orquestrar e transformar os seus processos críticos e desenvolver novos agentes, entre os quais se contam a Acclaim Autism, Hitachi e o Departamento de Segurança Pública do Texas, entre outros. Só a Acclaim Autism conseguiu reduzir o tempo de espera de doentes autistas em 83% ao usar a IA da Appian para extrair dados de diagnóstico de informação não estruturada proveniente de documentos médicos.
Outro caso é o da Century Fire Protection usou o AI Document Center para automatizar os pagamentos com a IA, reduzindo o tempo de geração de faturas em 36% e atingindo mais eficiências no processo, que é mais moderno e controlado, como sublinhou o CFP da empresa Alex Polyakman.
Matt Calkins diz que 70% dos clientes da Appian já estão a usar a IA em desenvolvimento ou em produção, e a empresa está a sentir um crescimento exponencial na utilização. “Fizemos mais atividade de IA no último trimestre do que em todo o ano de 2024 […] este é o tipo de crescimento excecional que estamos a ver agora”, justifica. “A utilização é forte porque facilitamos a adoção da IA e tornamos a IA poderosa”.
Mais agentes a trabalhar nos processos rotineiros
O CEO da Appian afirma de forma clara que não quer entrar nos grandes modelos de linguagem (LLM), um espaço em que empresas como a OpenAI e Google estão a investir. A companhia já está a apostar na Inteligência Artificial há vários anos, integrando a tecnologia na orquestração dos processos e esse é o mercado onde quer continuar. “Pensamos que a IA deve ser um trabalhador e não um apoio. Pensamos que o seu lugar é no centro do trabalho mais difícil que os clientes fazem”.
E isso é feito com agentes. “Os agentes são a expressão mais importante da IA neste momento”, alerta Matt Calkins, sublinhando que não está a falar de chatbots ou copilotos mas de agentes que pensam, executam tarefas e aprendem, com salvaguardas bem definidas, em segurança, acedendo aos dados de forma segura e sem usar a informação para aprender. “Esta é uma diferença fundamental e que nos separa de outras empresas”, garante

As novas funcionalidades da plataforma da Appian adicionam ferramentas que ficam à disposição das organizações para optimizar a gestão da informação que já têm. A empresa está a lançar um Agent Studio que torna os agentes de IA mais poderosos, bastando alguns comandos para colocar a IA a trabalhar para os processos, mas de forma segura e controlada, como destacou Michael Beckley, CTO e também co-fundador da Appian, em entrevista.
Ainda em versão beta, o Agent Studio já pode ser experimentado pelos clientes da Appian, e é acompanhado do AI Document Center, que já está em versão final. Esta aplicação permite gerir formatos de documentos complexos com a flexibilidade de suportar cargas de trabalho elevadas, fiabilidade e escalabilidade, garante.
Matt Calkins colocou na lista das atualizações mais relevantes o smart search para pesquisas que vão além da semântica para entender contexto, abrangendo todos os dados da Data Fabric, independentemente dos formatos. Mas há mais novidades integradas na nova versão da plataforma, como o Autoscale na Appian Cloud que ajusta a execução de processos de forma dinâmica com base na procura. Foi especialmente desenhada para grandes volumes e automação e pode ser usado por agentes de IA.
Um futuro que passa pelos agentes de IA
“O nosso objetivo é continuar a ser uma empresa de processos inteligente em que o controle continua nas mãos dos utilizadores e trazer uma IA que realmente funcione, trabalhando com os processos que não são visíveis”, justifica Michael Beckley.
O CTO da Appian lembra que o resultado se mede na capacidade de extrair informação mais rapidamente e acelerar processos como a concessão de um crédito, o fornecimento de peças para a linha de produção de automóveis ou num circuito de distribuição de medicamentos.
Reconhecendo que a Appian não é a primeira a chegar a este mercado de Agentic AI, Michael Beckley defende que as fundações foram construídas de forma sólida, baseadas na tecnologia da plataforma de software da empresa, e com segurança, controle e auditabilidade.
“As empresas querem agentes que não façam erros e têm de garantir que os processos são monitorizáveis, com as salvaguardas necessárias e dados seguros”, aponta o CTO da Appian. Ainda assim admite que há um caminho a percorrer, sobretudo em processos muito complexos, e que o verdadeiro valor vai continuar a revelar-se à medida que os agentes de IA se desenvolvem e possam trabalhar entre si nos processos e na monitorização.
“Penso que nos próximos anos vamos estar mais associados ao mercado de agentes de IA porque temos muito valor a trazer”, sublinha Michael Beckley.
Nota da Redação: o SAPO TEK viajou para a Appian World 2025 a convite da empresa
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