O conflito entre a Apple e a Epic Games continua acesso, e ao manter-se a posição da gigante tecnológica, até ao fim de agosto a developer de Fortnite perderia as suas credenciais de acesso ao SDK. Isso significaria que a Epic deixava de ter capacidade para atualizar o seu motor Unreal, criando um efeito de dominó, impedindo igualmente que todos os developers mantivessem o suporte aos seus jogos. E neste aspeto, até a Microsoft tomou uma posição contra a Apple, referindo os danos que esta posição teriam na indústria, incluindo a gigante de Redmond.

Fortnite continua bloqueado na App Store, e pelos vistos vai permanecer inacessível a jogadores de iOS depois do lançamento da nova temporada chamada Joy Ride, que vai introduzir automóveis no popular battle royale. Há, no entanto, uma reviravolta na proibição da Epic em aceder ao SDK. Inicialmente a favor da Apple, a juíza Yvone Gonzalez Rogers, do tribunal da Califórnia, negou à Epic Games o seu pedido que obrigava a marca da maçã a deixar Fortnite ser atualizado, pelo menos durante o conflito jurídico que se adivinhava entre as duas empresas.

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Mas o pedido foi apenas negado parcialmente. Fortnite continua bloqueado, mas a juíza compreendeu os danos colaterais que o impedimento da Epic às ferramentas causariam no ecossistema de developers. E nesse sentido, proibiu a Apple de impedir o acesso da editora aos mesmos. Ainda assim, e segundo a Business Insider, esta decisão não é permanente, pois está marcado para o próximo dia 28 de setembro a audiência que vai finalmente resolver a batalha legal entre as duas empresas.

Interessante como a juíza contrariou os argumentos da Epic Games, no que diz respeito às atualizações de Fortnite e o bloqueio do jogo na App Store. A Epic refere que a Apple vai causar “problemas irreparáveis” à empresa por não deixar o jogo ser atualizado. Mas a juíza afirmou que esse argumento não se aplica à Epic Games, porque foi a mesma que se prejudicou ao implementar uma funcionalidade em Fortnite que sabia que iria violar os termos de serviço da Apple. E é por isso que o jogo continua inacessível. Já sobre o acesso ao Unreal a juíza não deu razão à Apple, pelos danos colaterais que a decisão causaria.

Na perspetiva da juíza, a posição de ambas as empresas, nesta batalha legal, não parecem claras. Ou seja, nenhuma tem argumentos que sejam determinantes para vencer, sugerindo que poderá ser algo difícil de julgar. E com isso, deixa no ar que as empresas deveriam acertar agulhas antes de entrarem no tribunal.