Conhecida sobretudo pela sua tecnologia de aspiradores e purificadores de ar, a Dyson revelou novos detalhes dos seus auscultadores de alta fidelidade, os Dyson Zone, que tinham sido anunciados em março. O equipamento é a primeira proposta da marca para wearables e resulta numa década de investigação sobre a qualidade do ar e seis anos de desenvolvimento da máscara. A Dyson pretende assim “combater” dois tipos de poluição urbana: a sonora e do ar.
A fabricante promete uma autonomia até 50 horas de áudio para o headset, com uma baixa distorção e um sistema de cancelamento de ruído (ANC). Para tal utiliza 11 microfones, oito deles para reduzir os ruídos produzidos na cidade até 38 dB, referindo que monitorizam os sons cerca de 384 mil vezes por segundo.
Destaca ainda que a sua qualidade de som fiel à fonte original, utilizando um conjunto de tecnologias que envolvem o altifalante, a sua eletrónica, o sistema mecânico e a acústica para minimizar a distorção. O sistema Dyson Zone foi afinado cientificamente, de forma a oferecer um equalizador otimizado na curva de frequências, para devolver um áudio mais claro e puro, em todo o espetro de frequências audíveis.
Veja na galeria imagens do headset da Dyson:
Mas se a acústica do headset promete ser topo de gama, a Dyson pretende ir mais além e tornar esta solução mais completa. Para utilizadores que circulam com frequência nos ambientes citadinos poluídos com o fumo do trânsito, por exemplo, o headset inclui uma viseira amovível para filtrar as partículas de poluição do ar. Esta viseira projeta ar purificado para o nariz e boca do utilizador em movimento. A fabricante diz que os seus filtros electroestáticos conseguem capturar 99% das partículas pequenas de poluição. Os filtros de carbono, que foram enriquecidos com potássio, combatem os gases ácidos associados à poluição das cidades.
De notar que as 50 horas de autonomia do equipamento dizem respeito apenas à sua utilização para áudio. Se acrescentar a utilização do purificador de ar, o equipamento funciona durante quatro horas combinado com o áudio. Mas promete carregamento de 100% da sua bateria em três horas.
O headset tem um sensor integrado que monitoriza os níveis de NO2 do ar, registando os seus valores na aplicação MyDyson. Da mesma forma que os níveis de ruído ambientam são registrados em tempo real. A aplicação contém toda a informação sobre o ambiente, semelhante aos sistemas de purificadores de casa, informando os utilizadores dos hábitos mais saudáveis. Tem ainda um acelerómetro a bordo, que monitoriza a atividade do utilizador, ajustando o fluxo de ar purificado quando a viseira está ligada em modo automático. Através da app pode ajustar a velocidade do fluxo de ar, assim como alterar o modo de cancelamento de ruído e alterar os parâmetros de som no equalizador.
30 anos de experiência em filtragem de ar utilizada em headset
A Dyson diz que nos seis anos de desenvolvimento da máscara foram criados 500 protótipos, baseados na sua experiência de 30 anos em fluxo de ar, filtragem, tecnologias de motores e a sua compreensão da qualidade do ar, tanto nível interior como exterior. A empresa diz que as suas reentrâncias foram esculpidas na viseira, garantindo a circulação do ar purificado perto do nariz e boca, sem que toque no rosto do utilizador.
E a questão de a máscara não ter contacto com a face do utilizador foi um dos objetivos primários da empresa na produção deste produto. Chegaram a ser concebidos modelos com mochilas para alojar o motor e mecanismos internos, assim como uma boquilha semelhante ao usado em snorkel ou a colocação na cabeça, até ao design atual. Assim, o design atual passa pelas formas geométricas da sua viseira conjugado com a malha central que projeta os dois jatos de fluxo de ar, garantindo que seja canalizado e absorvido pela boca e nariz.
Durante os seus testes, a Dyson concebeu um manequim com capacidade de respirar através de pulmões mecânicos, usando equipamentos de deteção para aferir a poluição inalada, replicando assim a respiração humana numa câmara controlada. Foram medidos desta forma os níveis de filtragem do ar, que de outra forma seriam absorvidas pelo pulmão do manequim.
Os Dyson Zone começam a ser vendidos em janeiro de 2023 na China, em março nos Estados Unidos, Reino Unido, Hong Kong e Singapura, e finalmente em junho em Portugal. O seu preço ainda não foi revelado.
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