Graças ao seu elevado grau de prevalência e ao facto de serem bastante prejudiciais, os bugs ou erros de software representam um prejuízo estimado de 59,5 mil milhões de dólares (60 mil milhões de euros) anuais à economia norte-americana, isto é, cerca de 0,6 por cento do produto interno bruto.
Esses dados estão presentes num novo estudo encomendado pelo Instituto Nacional de Normalização e Tecnologia (NIST) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos e realizado pelo Research Triangle Institute (RTI) no estado da Carolina do Norte, como parte de um processo conjunto de planeamento com a indústria do sector para ajudar a identificar e avaliar as necessidades técnicas que poderão melhorar as capacidades de teste do software.
Nos Estados Unidos, de acordo com o mesmo documento de 309 páginas, cerca de metade dos custos são gerados pelos utilizadores do software, sendo o restante montante das perdas produzidos pelos programadores e produtores de software,
E apesar de não se conseguir remover todos os erros, mais de um terço desses custos, ou cerca de 22,2 mil milhões de dólares (22,5 mil milhões de euros), poderiam ser eliminados mediante uma infra-estrutura melhorada para a realização de testes que permitisse uma identificação inicial e mais efectiva e a remoção dos defeitos do software.
Este seria o montante poupado associado à descoberta de uma percentagem maior - mas não absoluta - de erros mais próxima das fases de desenvolvimento, durante as quais os bugs são introduzidos. Actualmente, cerca de metade de todos os erros não são descobertos até ao processo de desenvolvimento ou durante a utilização do software após a sua venda.
"O impacto dos erros de software é enorme porque virtualmente todas as empresas sediadas nos Estados Unidos dependem de software para o desenvolvimento, produção, distribuição e suporte pós-venda de produtos e serviços", afirmou Arden Bement, director do NIST. Em 2001, as vendas totais de software foram de aproximadamente 180 mil milhões de dólares (182,2 mil milhões de euros), suportadas por uma grande força de trabalho englobando 657 mil engenheiros de software e 585 mil programadores de computadores.
Uma das razões apontadas neste documento para que o software esteja cheio de erros reside na sua complexidade crescente, dado que o tamanho dos produtos de software já não é medido em milhares de linhas de código, mas por milhões. Os programadores de software já gastam 80 por cento dos custos de desenvolvimento na identificação e correcção de defeitos. Contudo, poucos produtos de qualquer outro tipo para além do software são comercializados com níveis tão elevados de erros.
Outros factores que contribuem para problemas de qualidade são as estratégias de marketing, responsabilidade limitada por parte das produtoras de software e reembolsos decrescentes com a realização de testes e a eliminação de bugs. No centro destas questões encontra-se a dificuldade em definir e medir a qualidade do software.
A crescente complexidade do software juntamente com a diminuição da esperança de vida média de um produto aumentaram os custos económicos dos bugs. Em Janeiro, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos divulgou um relatório em que apelava aos legisladores para que considerassem a adopção de legislação para que as produtoras de software fossem responsabilizadas por falhas de segurança.
Mas na Holanda, um juiz condenou em Setembro a produtora de software Exact Holding pelo delito de comercializar software com bugs, rejeitando assim o argumento de que as versões iniciais do software são tradicionalmente instáveis.
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