A 30 de novembro de 2022, o ChatGPT foi lançado pela OpenAI, uma organização que começou como sem fins lucrativos e acabou por transformar-se num dos nomes mais conhecidos da inteligência artificial. Em apenas dois anos mudou a forma como pensamos a tecnologia, o trabalho e até as nossas conversas diárias.

Tinham passado só cinco dias após o lançamento quando o ChatGPT atingiu o marco de 1 milhão de utilizadores. Para colocar as coisas em perspetiva, o Instagram demorou 2,5 meses a alcançar o mesmo número, e o Netflix precisou de 3,5 anos. Até janeiro de 2023, o ChatGPT já era usado por 57 milhões de pessoas; em fevereiro, ultrapassou os 100 milhões. Com isto, tornou-se a aplicação de crescimento mais rápido na história da tecnologia - pelo menos até o Threads lhe roubar o título, em julho de 2023.

O que mudou com o ChatGPT? A inteligência artificial da OpenAI responde de "viva voz"
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Hoje, o ChatGPT conta com mais de 180 milhões de utilizadores ativos e atrai cerca de 207 milhões de visitantes por mês, de acordo com dados de setembro de 2024 da Semrush. Mas o sucesso não foi sempre linear. Depois de um pico de quase dois mil milhões de visitas mensais em abril de 2024, o tráfego estabilizou, mostrando que, mesmo na era digital, as modas vão e vêm.

Sabia que 65% do tráfego social do ChatGPT vem do YouTube? E que cerca de 12% dos seus utilizadores são americanos? Entre as faixas etárias, os mais jovens (18-29 anos) representam 15% dos utilizadores, enquanto 17% são adultos entre os 30 e 44 anos.

O ChatGPT não é apenas popular, também é caro. Segundo estimativas de abril de 2023, manter o serviço funcional custa mais de 700 mil dólares por dia, sobretudo devido às necessidades de computação.

Veja na galeria alguns dos dados e lançamentos mais recentes do ChatGPT

O nome ChatGPT pode parecer simples, mas esconde alguma "complexidade". Baseado no modelo Generative Pre-Trained Transformer (GPT), o ChatGPT foi inicialmente lançado com o GPT-3.5, um modelo que já era impressionante na sua capacidade de prever palavras e contextos. Contudo, o salto para o GPT-4 em março de 2023 trouxe novos avanços: maior conhecimento, diálogo mais fluido e a capacidade de trabalhar com imagens e códigos de programação.

E as atualizações não pararam. Em apenas dois anos, o ChatGPT ganhou funcionalidades de reconhecimento de voz, tradução em tempo real, um sistema de memória para interações personalizadas, e até a capacidade de gerar e interpretar código.

Desde os seus humildes inícios – com investimentos de gigantes como a Amazon e a Microsoft  – até ao fenómeno global que é hoje, o ChatGPT continua a evoluir. Não se trata apenas de um chatbot: tornou-se numa ferramenta de aprendizagem, criatividade e até de entretenimento.

Seja para criar receitas, programar aplicações, escolher as palavras certas para terminar uma relação ou apenas para conversar sobre o tempo, milhões de pessoas já interagiram com esta IA. E com um futuro cheio de promessas, quem sabe o que mais o ChatGPT pode vir a fazer?

Em “entrevista” ao SAPO TEK, apontou como o impacto mais notável dos seus dois anos de existência “a transformação de uma visão inicialmente distópica da inteligência artificial para uma compreensão mais equilibrada”. Ao mesmo tempo, “a sociedade aprendeu que é essencial acompanhar e moldar o uso da tecnologia, para que esta continue a servir o bem-estar coletivo”, acrescentou.