Segundo o Ministério do Comércio e a Administração Geral das Alfândegas, o país asiático, que domina as cadeias mundiais de abastecimento do mineral, vai exigir autorizações especiais de exportação para três tipos de grafite.

Os novos controlos, que a China justificou com motivos de "segurança nacional", constituem mais um capítulo na prolongada guerra comercial e tecnológica entre Pequim e Washington.

As medidas, que sublinham também o domínio da China no fornecimento mundial de dezenas de minerais essenciais, surgem após Washington ter atualizado, na terça-feira, os controlos de exportação para a China de chips semicondutores avançados e do equipamento necessário para os fabricar.

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Os semicondutores são essenciais para a produção de tecnologia de ponta, bens eletrónicos e sistemas de inteligência artificial, mas têm também utilização militar, incluindo no desenvolvimento de mísseis hipersónicos.

O Ministério do Comércio da China afirmou então que os controlos são "impróprios" e instou Washington a levantá-los o mais rapidamente possível.

"Os Estados Unidos estão constantemente a alargar o conceito de segurança nacional, a abusar das medidas de controlo das exportações e a recorrer a atos unilaterais de intimidação, com os quais a China está fortemente insatisfeita e aos quais se opõe firmemente", indicou o ministério, em comunicado.

A China é o principal produtor de grafite, respondendo por cerca de 65% dos suprimentos em 2022, de acordo com o relatório anual de 2023 do US Geological Survey sobre o mineral.

A quota de mercado do país em alguns produtos acabados de grafite está próxima dos 100%, segundo o Instituto de Investigação Energética, um grupo de investigação com sede em Washington.

Em julho passado, Pequim impôs restrições semelhantes ao gálio e ao germânio, metais utilizados numa série de indústrias estratégicas, incluindo veículos elétricos, chips e alguns sistemas de armas militares. O Governo chinês também citou preocupações com a segurança nacional.