Uma separação total entre o software e o hardware. É através desta doutrina que o Keepod quer ajudar cerca de cinco mil milhões de pessoas de todo o mundo a ter acesso a um computador. Como? Através do uso de uma pen USB.



O periférico, que tem o mesmo nome do projeto, leva consigo um sistema operativo que consome poucos recursos do computador e não deixa qualquer tipo de rasto no mesmo. Quer isto dizer que um único PC pode ser na realidade o computador pessoal de 20 pessoas, isto porque o conceito de computador está de facto na pen USB.

O Keepod vai tornar-se realidade graças a uma bem sucedida campanha de financiamento colaborativo no Indiegogo, onde conseguiu reunir 40 mil dólares, pouco mais do que os 38 mil pedidos. Com este dinheiro os responsáveis pelo projeto vão produzir periféricos para a província de Mathare, na cidade de Nairobi no Quénia, escreve a BBC.



Mesmo munidos de pens, os utilizadores vão precisar de computadores. Os responsáveis do Keepod também querem assegurar esta parte comprando equipamentos remodelados com baixas especificações técnicas – processador de 32-bits, 1GB de RAM, porta USB 2.0 e uma placa gráfica que suporte a resolução 1024x768 píxeis.



O sistema operativo traz de origem algumas aplicações de alto perfil que asseguram algumas das ferramentas básicas: Google Chrome e Firefox nos navegadores, LibreOffice para os documentos, VLC e Spotify para os conteúdos multimédia, Twitter, Facebook e Skype nas redes sociais e comunicação, e o Pixlr para a edição de imagens.



Caso a experiência no Quénia tenha bons resultados o objetivo é replicar o processo em mais pequenas comunidades até que muitos mais milhões de pessoas possam ter acesso a um computador pessoal de baixo custo – o Keepod pode ser incorporado numa pen de 8GB que tem um custo inferior a dez euros.



“Então a água e a comida não são mais importantes?”. Esta é a questão que os próprios criadores do Keepod respondem ao dizer que através do seu sistema de um computador físico para muitos computadores pessoais vai ter resultado ao nível das organizações que prestam auxílio nas regiões mais pobres e vai potenciar a criação de projetos individuais que podem vir a gerar algum rendimento.



Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico