O Codebits pode ser facilmente equiparado a um caldeirão tecnológico em ebulição constante. Existem vários espaços dedicados a diferentes tipos de tecnologia, seja ela atual, do futuro ou do passado, e todos eles são bastante concorridos.



Mas o que move o evento é o concurso de programação. Dos 900 participantes, a esmagadora maioria marca presença na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico justamente para desenvolver no espaço de 48 horas uma ideia, um projeto, seja ele vencedor ou não.



Isto porque apesar do talento, nem todos estão cá para ganhar. Estão cá para mostrar alguns dotes, criar produtos que possam ter aceitação na comunidade e, acima de tudo, para se divertirem – tal como o CTO do SAPO, Celso Martinho, tinha pedido no evento de abertura.



Foi com base nesta premissa que a equipa constituída por João Barbosa, Mário Gago e Ricardo Bernardino decidiu criar o IceBreaker. O que é este projeto? Uma ferramenta que vai ajudar os utilizadores a quebrarem o gelo social nas chamadas situações constrangedoras.

Entrou num elevador onde só está uma rapariga bonita, gostava de meter conversa mas não tem por natureza o paleio necessário? Então execute o IceBreaker e este vai simular que o utilizador recebe uma chamada importante e fica depois sem bateria. Se a rapariga não oferecer o telemóvel dela para terminar a chamada, então se calhar também não valeria a pena a conversa.

A aplicação vai ter soluções para várias situações e numa fase futura o objetivo passa por construir uma comunidade onde cada um vai adicionando as suas formas de iniciar conversa com outras pessoas.

Os três elementos da IceBreaker já se conheciam do Departamento de Informática da Universidade de Coimbra, mas nunca tinham trabalhado juntos. “É um projeto que dá gozo fazer e nós divertimo-nos com isso”, explicou João Barbosa.

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Umas mesas mais acima o TeK encontrou duas equipas diferentes que estão a trabalhar no mesmo projeto. Game of Drones é o nome desta parceria e o objetivo passa por desenvolver um jogo de realidade aumentada para quadricópteros.

Cada nave não tripulada é low-cost e pode “ser comprada nos chineses” como contou Nelson Neves. Cada drone leva consigo uma mini-câmara e um pequeno router para que possa transmitir em streaming o vídeo para um computador.

No ecrã do computador vai aparecer no entanto mais do que o drone está a “ver”. Através de um software, são adicionados elementos de realidade aumentada que, por exemplo, vão permitir que haja uma troca de tiros entre as naves. Enquanto uma equipa de quatro elementos desenvolve este conceito, os outros dois programadores estão a arranjar maneira de integrar os controlos dos drones nos próprios computadores.

O projeto Game of Drones conta ainda com a colaboração de Mário Saleiro, conhecido do TeK pelo projeto Infantes, Hugo Santos, João Duarte, Dinis Miguel e Luís Sousa. Com idades que variam entre os 24 e os 37 anos, em comum têm o facto de todos se conhecerem do eLab Hackerspace de Faro, no Algarve.

Foi preciso depois passar por cima de alguns sacos cama e amontoados de puffs para chegar até aos mentores do Meet.io. Este é um projeto Web e mobile que pretende facilitar a forma como as pessoas trocam contactos entre si.

Como? Os utilizadores na plataforma Web criam o seu perfil onde indicam nome, contactos e acessos através de redes sociais. Depois quando conhecer alguém novo, basta tocar no telemóvel de outra pessoa caso tenham NFC para que haja uma transferência, ou então usar um código QR.

Uma das partes mais interessantes do projeto é que as pessoas podem alimentar o perfil online da maneira que quiserem, o que confere diversidade nas tradicionais longas e pouco estimulantes listas de contactos.

São três jovens, um com 16 e dois com 18 anos de idade, os developers deste conceito: Pedro Cardoso, Ivo Nunes e Tiago Fernandes. Como explicou Pedro Cardoso, as tarefas estão bem divididas : “um está responsável pela plataforma Web, um faz a aplicação para Android e o outro está responsável pela ligação de back end”.

O TeK já falou ainda de um outro projeto, o Tubitas, que está a ser desenvolvido pela mesma equipa que criou a placa de circuitos BiTalino.

Fica a nota de que todas as equipas têm este ano que criar um vídeo de apresentação onde explicam o projeto, tendo depois que passar pelas tradicionais audições com o júri.



Amanhã, 12 de abril, é o dia de apresentação de projetos e dia de conhecer os melhores entre os melhores a nível de inovação, programação e originalidade.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico