A Secção de Investigação de Criminalidade Informática e de Telecomunicações da Polícia Judiciária em 2004 investigou 572 casos, contra os 338 crimes investigados em 2003. No ano passado a divisão assistiu a um aumento exponencial dos crimes relacionadas com a devassa da vida privada, através de meios informáticos e com o phishing, "que está a aumentar em toda a Europa e Portugal não é excepção", detalhou Baltazar Rodrigues, inspector da Polícia Judiciária à margem de uma apresentação no Instituto Superior Técnico.



São ainda motivo de preocupação para a polícia a distribuição de conteúdos pedófilos, as cópias ilícitas ou o acesso ilegítimo para espionagem e sabotagem, crimes que tiveram também especial relevância em 2004, revelou o mesmo responsável durante a apresentação.



No que respeita às cópias ilícitas, a polícia sublinha que embora tenham apenas sido efectuadas 22 queixas estas permitiram a apreensão de 100 mil discos ópticos. O inspector destacou ainda a proliferação de crimes como a pirataria de boxes da TV Cabo e os ataques de engenharia social que, segundo ele, continuam a resultar em Portugal.



Segundo as mesmas fontes o criminoso informático tipo tem entre 15 e 40 anos, é introvertido, socialmente isolado e arrogante. A grande maioria (96 por cento) não tem antecedentes criminais e quase metade (45 por cento) são divorciados ou separados.



A nível de competências, três quartos dos autores de crimes informáticos frequentaram o ensino superior, tem notas escolares medianas, são técnicos competentes e bons trabalhadores.



À margem do encontro Baltazar Rodrigues explicou que a divisão de criminalidade informática de Policia Judiciária tem uma taxa de sucesso nas suas investigações entre os 85 e os 97 por cento e considerou que os meios da polícia para combater os crimes informáticos estão "ao nível da economia portuguesa". "Não podemos dizer que temos falta de meios, mas podíamos estar melhor", acrescentou.



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