A existência de uma estratégia digital já é uma realidade em mais de dois terços da empresas portuguesas. Um novo estudo da Claranet sobre o estado da inovação em seis países europeus revela que 74% das empresas locais têm uma, mas o país sai pior na fotografia quando a análise se foca na existência de programas de inovação, que na maior parte das empresas portuguesas ainda não existe.

Em média, na Europa, 36% das empresas têm um plano de inovação. Em Portugal 92% das organizações ainda não têm. No que se refere à existência de uma estratégia digital, os números apurados para Portugal também são os mais baixos entre os seis países avaliados.

Os dados Claranet Research Report também mostram que as organizações em Portugal dedicam, em média, nove minutos diários à inovação. O resto do tempo é passado em questões administrativas, ou reagindo a problemas que vão surgindo. A despesa com TI no mercado português em 2014 não terá ido além dos 9 mil milhões de euros.

Na Europa 84% das organizações acreditam numa mudança radical nas TI durante os próximos dois anos. Em Portugal o número de empresas com esta expectativa é mais reduzido e não vai além dos 61%.

Espera-se que a emergência de fenómenos como a cloud tenha um impacto significativo nas organizações, nomeadamente no desenvolvimento in-house de aplicações, que até 2020 deverá cair 30%.

Outro resultado em que os dados apurados para Portugal divergem dos números encontrados para o resto da Europa está no orçamento TI disponível para 2014. Em 75% das empresas da região aumentou. Em Portugal caiu em média 3% e este ano a expectativa também é de queda.

Nos seis países analisados 75% das empresas viram o seu orçamento TI aumentar no ano passado, uma tendência que Portugal não seguiu, sendo mesmo o único país europeu do estudo onde o orçamento TI diminuiu em 2014 (em média 3%). Em 2015 espera-se que aconteça o mesmo.

O estudo foi realizado a partir de 900 respostas de responsáveis TI europeus em seis países europeus. Em Portugal foram consultados 100 executivos.