DoNotPay, afirma-se como o primeiro advogado robot do mundo e agora está a ser processado por exercer sem licença. A ação judicial foi movida pela firma de advogados, Edelson, no passado dia 3 de março, junto do Supremo Tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos.

Os queixosos argumentam que o DoNotPay "não é um robot, um advogado ou uma firma de advogados, não tem um curso de Direito nem é supervisionado por nenhum advogado".

O processo está assinado por Jonathan Faridian que diz ter recorrido ao DoNotPay para preencher um conjunto de documentos legais. Faridian sublinha que os documentos obtidos não tinham qualidade suficiente.

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Os responsáveis pelo DoNotPay alegam que o robot, que é um chatbot, usa inteligência artificial para ajudar clientes em questões legais que podem ser resolvidas sem advogados. O bot foi lançado em 2015, numa app, para ajudar utilizadores a disputar multas de trânsito, mas desde então que as suas capacidades foram ampliadas. No site do software, pode ler-se que este pode ser utilizado para combater empresas, contornar burocracias, encontrar dinheiro escondido e processar qualquer pessoa.

Em declarações ao Insider, a DoNotPay afirma estar pronta para se defender "vigorosamente" das "falsas acusações" que são feitas ao seu robot de software.

Joshua Browder, CEO, sublinha que se inspirou em Jay Edelson, fundador da firma que agora processa o robot, para fundar a DoNotPay. "As únicas pessoas que ganham são os advogados. Por isso, quis fazer alguma coisa acerca disso. Criar o DoNotPay é uma forma de empoderar os clientes a combater as grandes empresas com os seus próprios meios", afirmou, em declarações ao Insider.

Importa recordar que o DoNotPay tornou-se popular depois de Joshua Browder ter afirmado que planeava utilizar o chatbot para defender um cliente em tribunal. No caso, o réu receberia orientação através de um auricular. O plano acabou por não se cumprir, mas Browder ainda não desistiu de o pôr em prática.