O grupo tecnológico português Tekever revelou a parceria com a Marinha Francesa e os Serviços Alfandegários Franceses para reforçar a vigilância marítima, assim como as operações de monitorização e inspeção em águas francesas.

O serviço oferecido pela empresa, juntamente com a francesa CLS (Collecte Localization Satellites), dentro do âmbito de um contrato com a Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), prevê missões de monitorização de poluição e de emissões, deteção de pesca ilegal, combate ao tráfico de drogas e imigração ilegal, vigilância de fronteiras e operações de busca e salvamento.

Nas missões será utilizado o drone Tekever AR5, a ser operado sobre o Mar Mediterrâneo a partir da Base Aérea francesa de Istres-Le Tubé, localizada em Istres, a noroeste de Marselha. O drone UAV bimotor de asa fixa foi projetado para missões de vigilância marítima, e segundo a empresa já opera em todo o mundo e já tem mais de 2 mil horas de voo de apoio a missões na Europa.

A empresa refere que o drone tem uma autonomia de 20 horas, oferece comunicações por satélite de alto débito, podendo integrar diversos tipos de sensores, tais como radares marítimos, radares de abertura sintética, múltiplas câmaras diurnas e noturnas, iluminadores laser, LiDAR e recetores AIS/EPIRB, ferramentas que ajudam as autoridades de inteligência uma alta precisão em tempo real.

“Trata-se da parte mais visível de um vasto sistema, que vai do avião até ao utilizador final, que combina o uso das mais avançadas tecnologias aeroespaciais, de eletrónica, comunicações, informática e inteligência artificial para, entre muitas outras valências, salvar vidas”, salienta Ricardo Mendes, CEO da Tekever.

Segundo a Tekever, os contratos feitos com a EMSA permitiram a criação do primeiro serviço comercial europeu de vigilância marítima e monitorização ambiental baseado em tecnologia não tripulada. Há mais de dois anos que se realizam operações com sistemas da Tekever, tendo sido utilizados em Portugal, Espanha, França e Itália. Os seus sistemas são desenvolvidos e produtos em Portugal e Reino Unido.

De recordar a recente polémica em torno dos 12 drones para vigiar incêndios em Portugal, que custou à Força Aérea 4,5 milhões de euros pagos à fabricante UAVision. Devido a problemas nos seus motores, os equipamentos acabaram por ser devolvidos, e apenas três foram corrigidos, passando praticamente ao lado do período crítico de incêndios do verão. Os três “sobreviventes” voaram em setembro, e ao todo, a frota de drones somou 250 horas de voo.