Algumas das maiores editoras de videojogos estão na mira de uma queixa submetida à Comissão Europeia e à Rede de Centros Europeus do Consumidor. As empresas são acusadas de enganarem os jogadores, levando-os a gastar dinheiro nos seus jogos. Os pais apontam que as editoras desenharam intencionalmente os seus produtos que tornaram os seus filhos viciados.
As empresas visadas na acusação são a Electronic Arts, conhecida pela série de futebol FIFA/FC, a Epic Games de Fortnite, a Roblox, a Activision Blizzard de Call of Duty, a Mojang Studios de Minecraft, a Supercell de Clash Royale e Squad Busters e a Ubisoft de Assassin’s Creed.
A queixa foi formalizada na Organização Europeia do Consumidor (BEUC), com base em 22 dos seus membros europeus de 17 países, incluindo a França, Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, através da DECO. “A nossa análise concluir que as empresas violaram as leis de proteção do consumidor da União Europeia”, refere a organização, pedindo às autoridades que garantam que as empresas cumpram as leis e ofereçam aos seus consumidores ambientes seguros de gaming.
Em causa está o incentivo feito aos jogadores de utilizarem as suas moedas de jogo dentro dos jogos para aceder a conteúdos premium. Por exemplo, as famosas FIFA Coins para comprar pacotes de jogadores ou os V-Bucks de Fortnite para desbloquear personagens e outros conteúdos.
A organização aponta o facto de os consumidores não conseguirem ver o custo real dos itens digitais, o que os leva a gastar acima do esperado. As empresas são acusadas de falta de transparência nas moedas premium dentro dos jogos. E a necessidade de comprar moedas extra em bundles levam os consumidores a gastar mais. Neste caso, a organização aponta que todas as compras dentro dos jogos deveriam ser sempre mostradas em dinheiro real, como em euros ou pelo menos a equivalência entre as duas moedas.
“As empresas que dizem que os gamers preferem moedas premium dentro dos jogos estão errados, muitos consumidores consideram um passo desnecessário e enganador, preferindo comprar os itens diretamente com dinheiro real”, refere o comunicado. A organização diz ainda que são negados os direitos aos consumidores quando utilizam moedas premium dos jogos, ligados a termos injustos que favorecem as editoras. E que as crianças são ainda mais vulneráveis a esta táticas de manipulação, apontando dados que as crianças na União Europeia gastam uma média de 39 euros por mês em compras dentro dos jogos.
Nas palavras de Agustín Reyna, diretor geral da BEUC, o mundo online apresenta novos desafios à proteção do consumidor e que não deveria ser um lugar onde as empresas contornam as regras para aumentar os lucros. Pede dessa forma que os reguladores atuem e que mostrem que mesmo no mundo do gaming virtual é preciso aplicar regras do mundo real.
Acrescenta ainda que os jogadores não deveriam depender da calculadora sempre que desejam tomar uma decisão informada de quanto querem gastar. E por isso o dinheiro que gastam deveria ser mostram em moeda real e que as práticas enganadoras devem acabar. Considera que as moedas dentro dos jogos são propositadamente enganadoras ao consumidor, sobretudo nas crianças. Agustín Reyna aponta que as empresas estão bem cientes das vulnerabilidades das crianças e usam truques para levá-las a gastar mais.
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