São mais de 25 anos a lançar anualmente jogos de futebol com a marca FIFA, um entendimento que a Electronic Arts tem gerido com o organismo máximo da modalidade, a nível mundial. Pelo menos até à data. Há dias que a EA tem vindo a público dizer que está a ponderar mudar o nome à série, sem ter avançado razões ou nomes alternativos. Mas as primeiras suspeitas indicavam que a editora poderia querer afastar-se do nome FIFA por questões de royalties, poupando assim o dinheiro das receitas que teria de pagar ao organismo.
O The New York Times avança agora a dizer que a mudança de nome se prende sim com questões financeiras, mas porque foi a FIFA que na nova renovação do contrato está a pedir o dobro do valor até aqui contratado. Para muitos fãs, a palavra FIFA diz respeito ao jogo e não à organização oficial, tendo-se tornado sinónimo de autenticidade e licenciamento de tudo o que diz respeito ao futebol: nomes dos jogadores, dos clubes, dos estádios e competições.
Veja na galeria algumas imagens de FIFA 22
A EA já tinha afirmado que os planos de mudança diziam apenas respeito ao nome do jogo, e que todas as licenças continuam intactas. Até porque a empresa tem mais de 300 contratos de licenças tanto com a UEFA, como os diversos campeonatos nacionais espalhados pelo mundo, assim como os estádios e os jogadores (recentemente renovou com a FIFPro). A editora já registou uma marca registada no Reino Unido e na União Europeia para o nome EA Sports F.C., aquele que é dado como o futuro nome da série.
Nas últimas duas décadas, a série de futebol originou cerca de 20 mil milhões de dólares para os cofres da Electronic Arts, mas rendeu igualmente muito dinheiro para a FIFA: 150 milhões por temporada, tornando-se a sua licença comercial mais valiosa. Mas nos últimos dois anos, as negociações não estão a correr muito bem. Fontes ligadas ao assunto disseram ao The New York Times que a separação pode acontecer no próximo ano, depois do Mundial de futebol no Qatar, finalizando assim o último contrato de 10 anos.
É referido que a FIFA quer um pagamento de mais de mil milhões de dólares por cada ciclo de quatro anos ligados ao mundial de futebol. Outro aspeto que também está em disputa diz respeito aos conteúdos para além do nome em si. No novo contrato, a FIFA quer apenas que a EA Sports se concentre apenas no que diz respeito ao futebol, mas a editora quer expandir o ecossistema FIFA a outros conteúdos, incluindo a utilização das repetições das partidas reais, torneios de videojogos nos estádios e a exploração de outros produtos digitais, tais como os NFT – provavelmente explorar o novo conceito de futebol de fantasia que empresas como a Sorare já exploram.
A licença atual da FIFA diz respeito ao selo de autenticidade da organização, mas em termos práticos, apenas tem acesso ao Mundial de Futebol que se realiza de quatro em quatro anos. E talvez por isso, as negociações podem mesmo cair por terra e a EA mudar o nome do popular jogo.
Outro aspeto que pode estar a entravar as negociações diz respeito à exclusividade do uso do nome FIFA. A organização pondera expandir-se para outros jogos que não futebol, sendo referido como exemplo à Epic Games para cruzamento com Fortnite.
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