Os cursos de engenharia informática são dos que garantem maior facilidade de entrada no mercado de trabalho. A conclusão é do estudo "Empregabilidade e Ensino Superior em Portugal", realizado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

A investigação a que o Diário Económico teve acesso, conclui ainda que a formação superior na área da saúde também garante boas hipóteses de empregabilidade.

Dos dez cursos com mais facilidade de acesso ao mercado de trabalho, estão duas licenciaturas de Ciências de Engenharia da Universidade do Porto (UP). O curso de Informática da Universidade Portucalense Infante D. Henrique também faz parte deste top ten.

O documento revela que todos os alunos que frequentaram estes cursos estão atualmente a trabalhar. Estudos anteriores também reveleram que os mestres e licenciados em cursos ligados à tecnologia eram dos que tinham melhores hipóteses de encontrar emprego.

Os bons resultados registados na UP foram recebidos com alguma precaução pela vice-reitora e responsável pela Formação e Organização Académica da entidade, Maria de Lurdes Fernandes. "A questão da empregabilidade é demasiado complexa para ser analisada apenas sob este prisma. É necessária uma reflexão sobre a qualidade do emprego, da satisfação dos estudantes e da adequabilidade do curso à carreira profissional".

O documento chama ainda a atenção para o facto de o Processo de Bolonha produzir resultados muito abaixo do esperado relativamente à taxa de empregabilidade dos cursos. O estudo recomenda que sejam revistas as "expectativas irrealistas" do modelo de ensino. "A obtenção de empregabilidade no final de cada ciclo de estudos é um objetivo de difícil alcance", lê-se na investigação.

A taxa de desemprego entre licenciados tem aumentado e o fenómeno da emigração é cada vez mais recorrente entre os formados.

Para a elaboração do estudo foram usados dados oficiais das instituições do Ensino Superior, dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI), bem como do Ministério da Educação.


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