O governo federal norte-americano está a conduzir aquela que já é considerada a maior investigação criminal sobre pirataria de programas informáticos a nível nacional. Os principais visados da Operação Buccaneer, forma como é denominada, são empresas de software, fabricantes de computadores e estudantes e funcionários das universidades mais conhecidas dos Estados Unidos que responderam, durante a semana passada, às questões colocadas pelos agentes federais.



As autoridades asseguram que estão em curso mais acções deste género, com o objectivo final de pôr fim às redes internacionais de pirataria. Entre as contrafacções mais recentes encontram-se a última versão do Windows XP e filmes como Harry Potter, Behind Enemy Lines ou Monsters, Inc. As entidades policiais garantem que conseguiram "desmantelar" uma organização conhecida como "DrinkOrDie", que contava com mais de 200 membros em todo o mundo, e esperam acabar com mais algumas redes de contrafactores. O seu site www.drinkordie.com foi retirado na semana passada da Net.



Segundo o jornal nova- iorquino The New York Times, as autoridades alfandegárias que estão a conduzir a operação iniciaram os interrogatórios nos campus universitários ameaçando os visados com a possibilidade de serem detidos caso não respondessem. Segundo Allan Doody, agente responsável pela investigação, o número de inquéritos e inquiridos tem vindo a aumentar exponencialmente, visando universidades como a Duke, o Massachusetts Institute of Technology, e a UCLA. Quanto às empresas, as autoridades não revelam a sua identidade, afirmando apenas que incluem nomes bem conhecidos de todos.



Entretanto, o fabricante de computadores Gateway revelou que uma das suas lojas na Pennsylvania foi sujeita a interrogatório do qual resultou a suspensão de um dos seus empregados, embora não se tratasse de um executivo. Um porta voz da empresa veio a público dizer que, apesar do sucedido, as autoridades asseguraram à Gateway que esta não fazia parte da investigação.



Na sequência da Operação Buccaneer, no final da semana passada seis estudantes universitários do Rochester Institute viram os seus próprios computadores - utilizados fora do campus universitário - apreendidos, tendo sido posteriormente interrogados pelos agentes.



Até ao momento, não foram detidos quaisquer suspeitos já que a estratégia das autoridades norte americanas é a cooperação em troca de clemência judicial. No entanto, foram já apreendidos 150 computadores para "análise".



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