A Europol divulgou esta segunda-feira uma nota onde alerta para a utilização com fins criminosos do ChatGPT, a plataforma de inteligência artificial da OpenAI que tem agitado o mercado e obrigado várias empresas a acelerar o passo nesta área dos chatbots, para não perder terreno.

A agência europeia antecipa três principais tipos de riscos, no âmbito da utilização para fins criminosos da tecnologia: ser usada em fraudes e esquemas de engenharia social, como o phishing; para promover desinformação; e ao serviço do cibercrime.

“As capacidades dos LLMs (grandes modelos de linguagem), como o ChatGPT, estão a ser aprimoradas. A potencial exploração desses tipos de sistemas de inteligência artificial por criminosos traz-nos perspetivas sombrias", referiu um responsável da agência europeia, enquanto apresentava um relatório sobre o tema, citado pela Reuters.

Numa nota publicada no seu site, a Europol destaca a capacidade do ChatGPT para redigir textos altamente realistas, como uma ferramenta útil para montar ataques de phishing, e sublinha o potencial mau uso da capacidade da tecnologia para reproduzir padrões de linguagem específicos de indivíduos ou grupos, e facilitar a interação com potenciais vítimas.

No que se refere à disseminação de informação falsa, destaca-se o potencial mau uso do ChatGPT, pela sua capacidade de produzir textos rapidamente e em escala, com um nível de esforço reduzido e com conteúdo aparentemente credível.

A agência aponta ainda o risco da tecnologia vir a ser usada para criar código malicioso, por agentes com menos conhecimentos técnicos. “Para além de gerar linguagem natural, o ChatGPT é capaz de produzir código em várias linguagens de programação diferentes. Para um potencial criminoso com poucos conhecimentos técnicos, este é um recurso inestimável para produzir código malicioso”, explica-se.

Desde que a OpenAI abriu o acesso ao ChatGPT a tecnologia tem estado no centro da atualidade. A Microsoft, um dos investidores do projeto, já está a integrá-la no seu software empresarial. Várias empresas vieram entretanto revelar planos para lançar ou mostrar os seus chatbots, como a Alphabet, dona da Google, que não só apresentou o Bard como detalhou os planos para a integração da tecnologia em diferentes ferramentas.

As capacidades do ChatGPT aumentaram o tom do debate sobre os perigos e oportunidades da IA e têm feito vários responsáveis partilhar opinião sobre o assunto, como Bill Gates, que recentemente publicou um texto de sete páginas sobre o tema.