Em mais de um quarto das avaliações realizadas, o software e serviços de filtragem de conteúdos considerados nocivos para as crianças falham na identificação de dados quando publicados em línguas diferentes do inglês. A análise foi realizada pela Deloitte a pedido da Comissão Europeia e envolveu 30 produtos de software e serviços de filtragem de conteúdos.

Embora no geral a análise aponte para a existência de ferramentas que filtram adequadamente conteúdos pornográficos nas línguas mais utilizadas, outros conteúdos nocivos não são detectados, especialmente quando as páginas são publicadas em línguas que não o inglês.

A análise contou com a participação de 110 pais e professores de nove línguas diferentes. Foi ainda criado um laboratório com servidores web e de email, servidores de ficheiros e de chat para testar as 30 ferramentas em condições equitativas. A Deloitte compilou mais de cinco mil casos de teste, classificando-os de forma a simular as principais preocupações de um educador europeu comum, explica-se no documento.

Considerando que a filtragem de conteúdos é cada vez mais necessária, o estudo adianta que a indústria tem ainda muito trabalho a fazer para afinar os sistemas à medida das exigências dos consumidores.

Em detalhe, das análises realizadaa, 12 dos produtos fizeram más selecções em sites onde a palavra "porn" era referida, em contexto de língua inglesa. Apenas umas das ferramentas falhou uma única vez em cada 16 tentativas.

O mesmo já não acontece em conteúdos menos óbvios, não em inglês e localizados em sites privados. Nesse caso nenhuma das ferramentas se mostrou adequada, falhando em mais de um quarto dos testes realizaos.

O documento aponta ainda problemas de conflitos com sistemas de anti-vírus e firewalls, enquanto algumas das ferramentas introduziam involuntariamente pontos fracos nos sistemas para evitar esses conflitos. Só uma das ferramentas mostrou um desempenho ótpimo na facilidade de instalação, funcionamento sem conflitos, velocidade e suporte de linguagem.

Embora o objectivo da análise não seja claramente o de indicar as melhores ferramentas, uma análise atenta do quadro de classificações dos vários produtos permite ver que em 10 critérios definidos a mais bem posicionada é a Magic Desktop 2.0 da Easybits Software, que arrancou a classificação máxima em cinco categorias. Seguem-se a OpteNet Websilter da OpteNet.com, com quatro máximas, e a School Gardian 4.0 da SmoothWall, com duas máximas e duas quase máximas.

Curiosamente os produtos comerciais mais conhecidos, desenvolvidos pelas principais empresas de segurança, não ficaram bem cotados. O Secure Content Manager da CA, o McAfee Security Suite da McAfee, o Norton Internet Security 2006 da Symantec e o PC-Cillin da Trend-Micro tiveram apenas uma classificação máxima nos 10 critérios.

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