A Microsoft apresentou esta semana o novo sistema de inteligência artificial Copilot+ para o Windows 11 e várias marcas já avançaram com os primeiros modelos de portáteis equipados com a tecnologia. Uma das funcionalidades anunciadas do novo modelo de IA é a sua capacidade de registar imagens do ecrã a cada poucos segundos. Chama-se Recall, uma funcionalidade exclusiva para os portáteis compatíveis com o Copilot+, gravando as imagens com proteção de encriptação localmente no armazenamento interno do equipamento.
A BBC avança que os reguladores de dados do Reino Unido estão a investigar a funcionalidade e já enviaram perguntas à Microsoft sobre a segurança do sistema e respetiva privacidade dos utilizadores. A Microsoft refere no website de funcionalidades do Copilot+ que esta é uma experiência opcional.
Os utilizadores podem limitar que tipo de imagens o Recall recolhe, selecionando aplicações específicas ou websites visitados no browser para filtrar as imagens. Podem ainda colocar a captura em pausa através do ícone na barra do sistema e limpar imagens que tenham sido registadas. A Microsoft diz ainda que a ferramenta não capta imagens de certos tipos de conteúdos, incluindo a navegação no modo Privado do Edge. Da mesma forma que protege igualmente os materiais com DRM, semelhante ao que a ferramenta de recorte já faz.
Por outro lado, o Recall não modera conteúdo e não vai esconder informações sensíveis como palavras-passe ou dados financeiros. Esses dados podem ficar registados nas imagens captadas no equipamento, sobretudo de websites que não seguem os protocolos de segurança da internet, tais como esconder as entradas de passwords.
Veja na galeria algumas funcionalidades do Copilot +:
Segundo o Dr. Kris Shrishak, conselheiro de IA e privacidade, esta funcionalidade poderá ser um pesadelo para a privacidade. “Só o facto de as imagens serem captadas durante o uso do equipamento pode ter um efeito arrepiante nas pessoas”. Ainda que as pessoas tenham controlo, o especialista diz que as pessoas vão evitar visitar certos websites ou aceder a documentos, especialmente os confidenciais, uma vez que a Microsoft está a captar imagens a cada poucos segundos.
Além disso, situações onde aparecem pessoas no ecrã, durante uma conferência de vídeo ou em fotografias estão também a ser questionadas. Também é apontado que alguém que tenha acesso ao computador do utilizador pode ver o histórico com mais detalhe. Mesmo que a Microsoft tenha boas intenções em oferecer esta funcionalidade, esta vai ser escrutinada pelos reguladores de privacidade.
O que é e como funciona o Recall?
A Microsoft explica que o Recall, disponível em computadores com o Copilot+, permite encontrar conteúdo que o utilizador tenha visto no seu equipamento. Para já, esta funcionalidade encontra-se em teste e a Microsoft está a recolher o feedback dos utilizadores, de forma a produzir mais controlos de gestão dos dados para os clientes empresariais. Nos equipamentos que não sejam alimentados pelo novo processador Snapdragon X, será necessário instalar uma atualização do Windows para ter acesso ao Recall.
O Recall foi otimizado para correr em inglês, chinês simplificado, francês, alemão, japonês e espanhol. O sistema garante uma melhor experiência na procura das imagens do PC se utilizar estas línguas na pesquisa. No entanto, as imagens do PC baseado em pesquisas de texto têm mais de 160 línguas suportadas.
Os utilizadores podem usar o Recall para localizar os conteúdos que foram vistos no PC utilizando a pesquisa ou através de uma barra de linha temporal que permite deslizar pelas imagens. Depois de selecionar a imagem que procura no Recall, esta pode ser analisada, surgindo opções de interação com esse conteúdo. Pode mesmo abrir a imagem na aplicação original onde foi criada, seja um documento, website ou email, a partir dela.
Será o armazenamento do computador a determinar o número de imagens que o Recall pode captar e guardar, sendo que terá de ter o mínimo de 256 GB no computador, sendo que 50 GB terá de estar disponível. Por defeito, o sistema vai guardar 25 GB para a funcionalidade, o correspondente a cerca de três meses de imagens captadas. Os utilizadores podem depois aumentar o espaço alocado à funcionalidade nas opções, mediante as suas necessidades. As imagens mais antigas vão sendo substituídas por novas.
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