A aposta da Google nos videojogos não está a correr como inicialmente era previsto. Lançado em novembro de 2019 em mercados selecionados, o Google Stadia arrancou com um catálogo limitado de pouco mais de 20 jogos, entre alguns nomes conhecidos e dois ou três exclusivos, mas longe de convencerem. O certo é que os utilizadores que investiram no Founder’s Edition, o pacote inicial que contém o comando especial e um Chromecast Ultra, por 130 dólares por três meses de assinatura, pouco ou nada de novo receberam desde então. E com o trimestre a acabar, são muitas as críticas feitas pelos utilizadores pelo quase abandono do serviço prematuramente.
O certo é que nestes três meses, a Google nunca alterou os termos de acesso ao serviço, mantendo o preço-base dos 130 dólares para aceder aos jogos disponíveis, considerando claro, as vantagens inerentes de jogar em streaming. Mas a gigante tecnológica está a trabalhar numa nova oferta de serviço gratuito para os 14 países onde já está disponível o Google Stadia: Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.
No entanto, há diferenças notadas entre a subscrição Pro de 10 dólares mensais e a gratuita. Enquanto a versão paga é possível jogador a 4K, na gratuita a resolução máxima é de 1080p, ambas com um framerate de 60 FPS. A versão Pro tem um sistema de som 5.1 nos equipamentos que o suporta, enquanto a gratuita será em stereo.
Na versão paga os jogadores irão aceder a jogos gratuitos lançados numa base regular (supostamente mensal), assim como descontos especiais em títulos selecionados, enquanto a versão base não tem “borlas”.
Segundo refere Phil Harrison, o patrão da divisão de gaming da Google, ao portal Protocol, “a grande diferença estratégica é que a empresa pretende lançar uma versão gratuita do Stadia em breve”, naquela que é considerada a primeira vez a equipa dá conta de novidades desde o seu lançamento em novembro. A empresa acrescenta que durante 2020 estão previstos chegar mais 120 jogos ao catálogo, incluindo uma dezena de exclusivos previstos para o primeiro semestre do ano.
As novidades não contribuem para a “felicidade” dos jogadores “early adopters” que investiram no pacote inicial, reclamando funcionalidades prometidas que ainda não foram introduzidas, incluindo a possibilidade de jogar em smartphones Android em geral e em equipamentos iOS. Para já apenas os modelos da fabricante, os Pixels, são compatíveis.
Não deixa de ser uma coincidência a revelação dos planos da Google para o Stadia, dias depois da NVidia ter lançado oficialmente o seu próprio serviço de streaming, o GeForce Now, que tem vindo a ser testado em beta. E o serviço funciona em todos os equipamentos Android e computadores com SO Windows e MacOS. E ainda que seja necessário instalar uma aplicação de acesso ao serviço, a empresa especialista em placas gráficas já revelou que vai lançar uma versão web, baseado em WebRTC, dispensando assim a app, que era um dos trunfos do Stadia até aqui. E a NVidia parece bem mais generosa, ao permitir que os jogadores associem a sua biblioteca do Steam, e por um valor simbólico e jogá-los em streaming sem os instalar.
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