
O ministério da Juventude e Modernização confirmou ao SAPO TEK que, estando o Governo em gestão, não vai apresentar a Agenda Nacional de Inteligência Artificial, que estava prevista até final do primeiro trimestre. A agenda, que integra a Estratégia Digital Nacional que foi aprovada pelo Governo ainda em dezembro, previa o desenvolvimento do primeiro LLM português, o AMÁLIA, e a implementação de um Fábrica de Inteligência Artificial em território nacional, entre outras ações.
Para preparar a Agenda foi criado um Comité de Acompanhamento Especializado, sendo realizadas reuniões com peritos, a primeira das quais aconteceu logo no início de janeiro, e várias sessões públicas pelo país, dinamizadas pela AMA - Agência de Modernização Administrativa. Decorreu ainda até final de fevereiro uma consulta pública que contou com mais de 1.200 contributos, entre sugestões, propostas e medidas e ações concretas.
Apesar de não avançar com a apresentação do documento, fonte oficial do ministério garante que o Governo está a preparar a Agenda Nacional de Inteligência Artificial para que esteja na pasta de transição para o próximo Governo. Ainda vão decorrer mais reuniões de trabalho, estando prevista para amanhã uma reunião com a ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social e na próxima segunda-feira com a associação DECO.
O objetivo da Agenda era propor um conjunto de medidas que seriam articuladas com iniciativas e projetos já em desenvolvimento na Administração Pública. A ministra Margarida Balseiro Lopes tinha adiantado em entrevista ao SAPO TEK em dezembro que existiam "mais de 300 projetos de IA em desenvolvimento na Administração Pública" e que alguns estavam a ser referenciados por outros países.
AMÁLIA com futuro comprometido?
O desenvolvimento do primeiro LLM português, que foi apresentado pelo Primeiro Ministro no WebSummit, é uma da medida que estava integrada na Agenda Nacional de Inteligência Artificial, a par da implementação de um Fábrica de Inteligência Artificial em território nacional e da aquisição de capacidade de computação a ser utilizada para desenvolvimento tecnológico relacionado com a Inteligência Artificial.
O LLM português tem um investimento previsto de 5,5 milhões mas tira partido de outros investimentos já feitos, no desenvolvimento dos dados e da capacidade computacional, e a Ministra confirmou ainda o envolvimento dos dois consórcios de Inteligência Artificial que estão a ser financiados pelo PRR, o Centro para a IA Responsável liderado pela Unbabel e o Accelerate.AI liderado pela Defined.Ai.
Mas a concretização do projeto parece estar em risco, e ainda esta semana o Jornal Público avançava que o ChatGPT português já está em contra-relógio, referindo que as Universidades nomeadas para desenvolver o modelo não têm garantia de desenvolver o AMÁLIA.
Recorde-se que A Estratégia Digital Nacional, que foi apresentada e aprovada em Conselho de Ministros prevê 10 metas e 10 objetivos estratégicos, alinhados em quatro dimensões – Pessoas, Empresas, Estado e Infraestruturas, e um plano de ação a implementar em 2025 e 2026 com 49 medidas concretas.
Para o Plano de Ação para 2025-26 estava previsto um investimento de mais de 350 milhões de euros, que financia 49 ações distribuídas por 16 iniciativas, contando com fundos do PRR, Connecting Europe e do Orçamento de Estado.
No plano estava ainda a criação de uma plataforma, o Digital Blueprint, que pretendia dar visibilidade aos projetos, refletindo uma visão de transparência, com dados, indicadores e boas práticas.
Nota da Redação: Foi adicionada uma informação sobre as próximas reuniões. Última atualização 11h31
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