Os hackers que se tinham aproveitado de uma vulnerabilidade no iPhone para desenvolver um possível ciberataque através de websites maliciosos tinham também como alvo os sistemas operativos Android e Windows. De acordo com a notícia avançada pela Forbes, o plano pode ter feito parte de uma campanha de vigilância da comunidade muçulmana Uigur na China. Segundo um relatório da Human Rights Watch, o grupo étnico tem vindo a ser reprimido pelo governo chinês desde 2016.
Embora ainda se desconheçam as vulnerabilidades nos sistemas operativos da Google e da Microsoft que “abriam a porta” aos ciberataques, estes eram levados a cabo através dos mesmos websites maliciosos que fizeram parte do plano pensado pelos hackers para o iOS, indicam as fontes com as quais a Forbes entrou em contacto.
Segundo as fontes, o ciberataque fazia parte de um plano de vigilância de dois anos por parte do governo chinês, o qual pode ter sido atualizado para os três sistemas operativos à medida que os hábitos tecnológicos da comunidade Uigur se alteravam, afetando mais utilizadores do que o esperado.
“O governo chinês tem vindo, sistematicamente, vigiar e a aprisionar membros da população Uigur durante anos”, declarou Cooper Quintin, membro senior da Electronic Frontier Foundation, uma organização americana que luta pela liberdade de expressão, à Forbes. De acordo com as declarações prestadas, o objetivo dos ataques seria “espiar o grupo, a sua diáspora fora do país, assim como as pessoas que querem ajuda-lo a ganhar a sua independência”.
De modo semelhante, uma fonte indicou à TechCrunch que os websites maliciosos infetaram também utilizadores fora da comunidade Uigur, pois estavam indexados no motor de pesquisa da Google, algo que levou o FBI a alertar a gigante da tecnologia para a sua remoção.
Para já, ainda não é possível saber se a Google tinha conhecimento da extensão dos planos de ciberataque, uma vez que a empresa da Alphabet ainda não realizou qualquer declaração relativa ao sucedido.
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