A IBM acaba de anunciar hoje,
segunda-feira, a criação de um novo grupo de Computação
Autónoma
, que irá funcionar como unidade da gigante de informática para
a investigação e o desenvolvimento de produtos nesta área, noticiou a C|NET. Esta iniciativa vem no
seguimento dos esforços anteriores da empresa de criar computadores que
"pensam" por si próprios, sendo capazes de tomar decisões, permitindo que os
humanos se dediquem a tarefas mais importantes, como o projecto eLiza.

Computação Autónoma consiste, de acordo com a IBM num termo para designar
computadores que incorporam funcionalidades como auto-diagnóstico e que lhes
fornece a capacidade para funcionar por si próprios e com pouca necessidade
de atenção por parte de uma pessoa.

O novo grupo irá colaborar com as unidade de pesquisa e de produtos da IBM
em servidores, software e PC, bem como com a divisão Global Services de
forma a criar tecnologia autónoma e posteriormente desenvolver e lançar
produtos que a incorporem. A IBM tem vindo a trabalhar na área da computação
autónoma há mais de um ano e nesse período incorporou a tecnologia em vários
produtos como a mais recente versão do seu software de bases de dados
DB2 e os
seus servidores P-Series.

O grupo de Computação Autónoma ficará encarregue de propagar ainda mais
a tecnologia aos produtos da IBM e de colaborar com o resto da indústria de
informática, com vista a desenvolver padrões abertos, criar uma arquitectura
de computação autónoma que permita que os computadores e software
autónomos possam interagir, independentemente do seu fabricante.

Outro objectivo da computação autónoma é fazer com que seja mais fácil
administrar e melhorar a fiabilidade das redes informáticas através de um
design mais aperfeiçoado. Alguns investigadores afirmam que sem este
conjunto de novas tecnologias, o custo de descobrir e contratar gestores de
Tecnologias da Informação para manter as redes em funcionamento iria escalar
para uma situação fora de controle.

Por seu lado, as redes autónomas serão capazes de detectar as necessidades
de largura de banda e de espaço para armazenamento de dados de uma empresa e
distribuir automaticamente esses recursos. Os computadores que integrarem
estas redes terão capacidades integradas de reconhecer e isolar problemas,
bem como resolvê-los, tudo isto com a miníma intervenção humana possível.

Contudo, a IBM não é a única companhia a apostar na computação autónoma. A
Sun Microsystems, está a
desenvolver a sua própria tecnologia, denominada N1, que irá automatizar
tarefas frequentemente realizadas manualmente e partilhar recursos
informáticos através das redes. Por seu lado, a Hewlett-Packard está também a trabalhar em produtos
semelhantes. Este tipo de projectos ajudam uma companhia a vender tecnologia
e serviços.

As redes autónomas são por vezes designadas "grelhas", por ligarem uma ou
mais redes informáticas a uma grande infra-estrutura de comunicação de
dados. Para que se possa suportar iniciativas mais vastas de computação
autónoma, é necessário implementar primeiro estas grelhas.

A IBM está também a criar outros novos produtos que irão ser lançados no
mercado, incluindo servidores X-Series e sistemas de armazenamento de dados,
bem como o software de administração de sistemas Tivoli,
incorporando-lhes funcionalidades autónomas. Um novo software
designado Client Rescue and Recovery irá ajudar os utilizadores de PCs a
recuperarem rapidamente os seus sistemas de uma grave falha, ao copiarem em
tempo real para uma rede uma imagem do computador, compreendendo o
software instalado, as suas configurações e dados. Os dados podem
então ser acedidos através da rede ou movidos para um novo PC.

Uma nova unidade da divisão IBM Global Services irá apoiar os clientes na
realização de testes às suas redes de forma a detectar a sua capacidade para
reagir e recuperar de desastres. A empresa irá também criar vários centros
de inovação de Computação Autónoma que irão permitir que os clientes e os
parceiros de negócios da IBM testem o seu hardware e software
autónomo.

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