Apresentados durante o Mobile World Congress 2024, os portáteis ThinkPad T14 Gen 5 e T16 Gen 3 da Lenovo não trazem só novidades tecnológicas, como capacidades baseadas em IA. Graças a uma parceria com a iFixit, os modelos também estão mais fáceis de consertar.

De acordo com a Lenovo, os novos portáteis foram desenvolvidos com orientações da equipa da iFixit, de modo a tornar o seu design mais “amigável” para as reparações DIY.

A lista de componentes que podem ser substituídos pelos utilizadores passa agora a contar com a bateria, módulos de memória, SSD e WWAN. Os componentes passam também a incluir indicações visuais para facilitar o processo de substituição. Mas não é tudo: a Lenovo criou novos guias de reparação, prometendo uma maior facilidade de encomendar peças. 

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Como explica Matt Zieminski, Solutions Manager da iFixit, ao SAPO TEK, a empresa está a fechar parcerias com cada vez mais fabricantes, numa lista onde se incluem a Microsoft, a Samsung, a Motorola, a Logitech, a Google, ou a Valve.

Para lá de tornar a informação sobre reparações mais acessível ao público, o responsável realça que importa disponibilizá-la de uma forma que seja benéfica para o consumidor. Aqui inclui-se não só a centralização da informação, “assegurando que há um ponto de acesso único e e que as pessoas não estão a clicar 10 vezes para encontrarem o que precisam”.

A plataforma da iFixit indica também que peças são realmente compatíveis com os projetos de reparação dos utilizadores. Nas palavras de Matt Zieminski, o que importa é “pensarmos num ecossistema de reparação que é atencioso e orientado para a melhoria da experiência dos consumidores”.

A empresa está já a planear mais parcerias, embora existam várias que ainda não possa divulgar. “Acho que não deveria existir um limite para as fabricantes com quem queremos colaborar”, afirma Kyle Wiens, CEO da iFixit. “É uma questão de convencer as fabricantes de que isto é possível”, enfatiza.

“É possível desenhar um portátil que é entusiasmante e algo que as pessoas vão querer comprar e, ao mesmo tempo, fácil de consertar”, afirma Kyle Wiens.

Por outro lado, muitas fabricantes defendem que se fizerem as coisas de uma forma mais reparável não vão conseguir vender tanto e esse é um dos maiores desafios. “Temos de convencê-las que a longo prazo isso será melhor para a marca, para o valor da marca e até valor de revenda dos equipamentos”, indica o CEO da iFixit.

Há aqui um braço de ferro. Mas temos legislação que está a ser aprovada pelo mundo, como na Europa, com o direito à reparação, que também está a avançar nos Estados Unidos”, afirma. “Tudo isto vai-se juntando, para ser uma maré crescente que começa a mudar algumas mentes”.

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