Os videojogos continuam a ser utilizados como ferramentas eficazes, mas desafiantes, para treinar sistemas de inteligência artificial. Recentemente, a equipa de bots inteligentes da OpenAI de Elon Musk, vencia equipas de jogadores no Dota 2, um título de ação e estratégia na rota dos eSports. Agora é a Google a demonstrar a eficácia do seu sistema DeepMind utilizando um jogo de ação na primeira pessoa (FPS), Quake III Arena.

Mais que organizar uma equipa de bots inteligentes, capazes de se organizar e derrotar jogadores humanos, o sistema teve de aprender e adaptar-se em tempo real às batalhas. Isto porque o desafio dos investigadores foi ensinar a IA a trabalhar em equipa através de mapas gerados aleatoriamente, ou seja, a cada nova partida a estrutura dos elementos modifica-se, impedindo os agentes de memorizarem os locais estratégicos.

O modo de jogo escolhido foi o Capture the Flag, cujo objetivo é encontrar uma bandeira colocada no mapa e transportá-la para a base da equipa. As regras são simples, mas as dinâmicas revelam-se mais complicadas, e desta forma, a equipa de bots foi obrigada a aprender estratégias necessárias para vencer as partidas, tal como fazem os jogadores reais. Assista no vídeo uma demonstração da IA.

Segundo uma nota dos investigadores no seu blog, os agentes de IA nunca foram instruídos sobre as regras da partida, apenas os conceitos fundamentais do jogo. À medida que a equipa ia vencendo os jogos, o seu comportamento saía reforçado. A DeepMind chegou mesmo a organizar um torneio entre equipas de humanos e de IA, chegando à conclusão de que os “atletas inteligentes” não só tiveram um maior sucesso nas vitórias, como foram considerados mais colaborativos entre si.

Por fim, como curiosidade, os investigadores descobriram que os bots de IA também praticam o maior “flagelo” dos jogos competitivos: “acampar”. Ou seja, ficaram quietos num local estratégico à espera dos adversários. Terá a Google construído os primeiros bots de IA batoteiros?