“A edição que vai hoje para as bancas não foi feita nas condições habituais”, disse o jornal i como consequência de novo ataque informático que aconteceu esta segunda-feira, dia 5 de novembro. Trata-se do segundo ataque no espaço de pouco mais de dois meses. A publicação afirma que o ataque bloqueou todo o sistema de produção e gestão de conteúdos nas suas várias plataformas. De recordar que o primeiro ataque em junho impediu a publicação de ser produzida e publicada.
O jornal i afirma que o novo ataque surgiu no dia em que a sua primeira página suscitou controvérsia nas redes sociais, tanto de apoio como de condenação. A capa em questão, da edição de fim-de-semana, tinha como manchete a Festa do Avante, com o título “Festa do Avante: o festival da vergonha”. O título fazia alusão à recusa do PCP condenar abertamente a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Desafiados a não participar, os artistas respondem que não passam de danos colaterais de outras guerras políticas”, é destacado no artigo, que fez uma reportagem sobre os nomes em cartaz para animar a festa. O jornal mencionou a reação pública do artista Dino d’Santiago, que referiu no seu Instagram que recebeu mensagens de condenação das pessoas, umas a pedir o cancelamento do seu espetáculo, outros a responsabilizá-lo pelo sangue ucraniano derramado na guerra.
A publicação da edição de fim-de-semana funcionou também como rastilho para a manifestação de outros nomes da música nacional, disse o jornal esta segunda-feira. O jornal não adiantou mais detalhes sobre os ataques e os alegados autores, embora associe diretamente às polémicas geradas pelo tema de capa.
Desde o início do ano várias empresas portuguesas foram alvo de ataques informáticos de consequências extensas, como aqueles que visaram a Vodafone e o grupo Impresa, dono da SIC e do Expresso.
Na sequência deste ataque, os sites do grupo Imprensa ficaram três dias fora do ar e a empresa foi obrigada a percorrer um longo caminho até ter condições para ultrapassar os danos provocados. Além do ataque ter afetado os sites da SIC, Expresso, Blitz, Olhares, ADVNCE e da plataforma OPTO, que ficaram offline, estendeu-se também aos sistemas de operação dos canais de TV e dos jornais e revistas. Para além disso, expôs dados pessoais de identificação e contacto de alguns clientes daqueles meios.
A Vodafone também viu todos os seus serviços fortemente afetados pelo ataque de que foi alvo no início do ano. Durante quase uma semana a empresa conseguiu ir repondo progressivamente estes serviços, garantindo, na altura, que só nas primeiras 24 horas, o trabalho de recuperação foi o “equivalente a uma década de inovação tecnológica, passando de 2G/3G para 4G/5G".
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