Numa época onde as ligações à Rússia são vistas com desconfiança, sobretudo no que diz respeito à cibersegurança, ser uma empresa russa e dedicada ao combate e prevenção de crimes informáticos não transmite muita confiança aos seus clientes. Foi provavelmente esta a conclusão que a Kaspersky Lab chegou e resolveu mudar a sua principal infraestrutura de investigação da Rússia para Zurique, na Suíça.
Esta medida serve para atenuar a desconfiança presente em alguns governos, que já haviam tomado medidas para impedir as operações da especialista. Em setembro do ano passado, por exemplo, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos declarou a proibição da utilização de software da Kaspersky pelos seus organismos e serviços do governo, alegando suspeitas de ciberespionagem da Rússia através da empresa. Ainda ontem, a agência Reuteurs avançava com a notícia de que o Ministro da Justiça da Holanda tomou medidas idênticas, aconselhando as empresas a seguir o caminho de retirar os seus antivírus baseados em soluções da Kaspersky por sentir que a empresa, sendo russa, seria obrigada a defender os interesses do seu país.
Para “limpar” o seu nome e garantir a integridade e confiança dos seus produtos, a empresa havia avançado com a iniciativa de Transparência Global em outubro de 2017. Entre os vários pontos definidos, a abertura do primeiro Centro de Transparência era uma prioridade, sendo Zurique o destino escolhido para a transferência dos centros de armazenamento e processamento de dados de várias regiões, tais como a Europa, América do Norte, Austrália, Japão, Singapura e Coreia do Sul, com outros países a serem incluídos.
Neste Centro de Transparência, que deverá começar a operar no final de 2019, serão também realocados os sistemas de montagem do software e as respetivas atualizações com a deteção de novas ameaças cibernéticas. Todas as ferramentas de programação utilizadas para construir e montar o software com o código base, assim como os produtos e bases de dados com as regras de deteção de ameaças da empresa passarão a ter uma assinatura digital da Suíça, antes do envio para os clientes espalhados pelo mundo.
O código-fonte de todos os produtos, assim como as respetivas atualizações, passam a ser auditados por uma organização independente. Uma terceira entidade, independente e qualificada, vai supervisionar e executar as revisões técnicas dos produtos. Esta organização vai ser criada com o apoio da Kaspersky Lab e não terá fins lucrativos, podendo ser consultada e requerida por qualquer outro parceiro.
Estas medidas pretendem assim restaurar o “bom nome” da Kaspersky Lab na confiança dos seus clientes, ao mesmo tempo que aumenta a transparência dos seus serviços. A empresa já havia reiterado que a sua missão era ajudar os governos e a polícia a lutar contra o cibercrime e não promover ou apoiar qualquer iniciativa de ciberespionagem.
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