O presidente Anibal Cavaco Silva, o Rei de Espanha Juan Carlos e os chefes de Governo de Espanha e Portugal - José Luiz Zapatero e José Sócrates - inauguraram esta manhã o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL), que se pretende venha a colocar os dois países na linha da frente do desenvolvimento científico nesta área.

A criação do Laboratório tinha sido decidida em 2005, na XXI Cimeira Ibérica, que se realizou em Évora. Desde essa data foram sendo dados vários passos, como a decisão da localização em Braga, uma primeira inauguração pelos ministros da Ciência de Portugal e Espanha em Janeiro deste ano, seguida agora deste novo momento de formalização.

No final de Maio tinha sido anunciado que o Laboratório estava à procura de investigadores para preencher os seus quadros.

Ao todo serão duzentos os cientistas doutorados de todo o mundo envolvidos no laboratório, para além de cem estudantes de doutoramento e cem técnicos e administrativos. Para já estão contratados 40 cientistas e técnicos que estão neste momento a receber formação especializada fora do INL.

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia fica situado junto ao campus da Universidade do Minho, na cidade de Braga e vai dedicar-se a quatro áreas de investigação prioritárias.

Com um investimento previsto de 110 milhões de euros na primeira fase e despesas anuais de 30 milhões de euros, o Laboratório tem como objectivo entrar no clube restrito dos laboratórios de referência mundial no prazo de 5 a 10 anos.

O objectivo é claramente global, tendo o laboratório um estatuto legal de organização internacional, mas os chefes de Estado dos dois países sublinharam hoje a ideia de que com o lançamento desta iniciativa se estreitam as relações científicas entre Portugal e Espanha.

Espera-se também um impacto importante na economia da península Ibérica, já que a nanotecnologia é uma das áreas de maior potencial de desenvolvimento científico, podendo dar azo a uma nova revolução industrial.

Apesar do seu cariz científico o laboratório pretende também atrair investimento e empresas, estando prevista a criação de novas 'spin-offs' que fomentem o desenvolvimento industrial. Para isso vai ser criada uma incubadora que apoiará a criação de novas empresas.