A Sony levou para o Moche XL Games World um gigantesco palco com uma programação sem paragem durante os quatro dias do evento, para alimentar o novo programa Modo PlayStation, desta feita ao vivo. Mas a presença da PlayStation no evento de videojogos destacou-se, segundo muitos dos presentes, como a mais bonito espaço que a empresa levou para um evento de gaming.
A distribuição das consolas com novidades, a área da realidade virtual com novos lançamentos de PS VR, os simuladores de Grand Turismo e mesmo o Predator: Hunting Grounds, tudo em torno do palco, serviam de cartão-de-visita para o evento a quem entrasse no Altice Arena, o espaço escolhido para mais um certame dedicado à cultura dos videojogos.
Em visita a Portugal, e ao espaço da PlayStation, Liliana Laporte, a responsável pela marca em 16 países da Europa falou ao SAPO TEK sobre a cultura da empresa, como os congéneres internacionais veem Portugal, e claro, a forma como “se move” numa indústria ainda rotulada como "meio de homens". E também, como é ser uma apaixonada pelo gaming desde jovem, no meio de todas as suas responsabilidades da sua carreira.
A Liliana é diretora-geral de 16 países da Europa. Na prática quais as suas funções do dia-a-dia, e como portuguesa, tem algum tipo de carinho especial pelo mercado português?
Em primeiro lugar tenho a honra de fazer parte de uma grande equipa, porque sozinha não faço gestão de nada. Temos uma equipa muito bem coordenada, que consegue ao mesmo tempo ter uma visão mais estratégica da comunidade de cada um desses países e ao mesmo tempo adaptar localmente aquilo que faz mais sentido. Relativamente a Portugal, claro que sim, é o meu país e para além disso, é um mercado muito importante para a PlayStation, e dando um exemplo, dos 19 territórios que receberam recentemente o PlayStation Now, Portugal é um deles.
No mundo dos videojogos, gerido maioritariamente por homens, como é que uma mulher, vinda de um mercado pequeno como Portugal, se move neste meio?
(O mercado português não é pequeno). Para ser sincera, nem nunca me senti mulher neste mundo PlayStation, sempre me senti pessoa, nem nunca me fizeram sentir de outra maneira. Mais uma vez, tenho a honra de pertencer a uma grande equipa em que se procura gente apaixonada, com muita vontade de fazer crescer a empresa, procurando-se diversidade para gerar coisas inovadoras, que é um dos pilares da PlayStation. E inovação não se consegue se tivermos pessoas que pensem da mesma maneira.
As recomendações que gostaria de dar a outras pessoas que aspiram trabalhar no meio, diria que a PlayStation, apesar de ser uma empresa global, foca-se muito no lado humano, no empreendedorismo e inovação. Se alguém tem uma boa ideia dentro da empresa, estão criados os mecanismos, muito informais, para que a mesma seja escalada ao mais alto nível, para avaliação de possibilidade de ser implementada. Mas acima de tudo, com paixão e dedicação pelas coisas conseguimos fazer tudo, se acreditarmos em nós.
A Liliana deve ter obviamente os dias bem preenchidos, mas como é a Liliana gamer? Gosta mesmo de jogar, o que joga, quanto tempo mais ou menos dedica? Procura conhecer pessoalmente os novos lançamentos internos da PS4?
A componente gaming sempre fez parte da minha vida. A PlayStation faz 25 anos, mas eu comecei a jogar antes disso, noutras consolas. Conforme fui evoluindo, durante a minha vida mudei o tipo de jogos que mais gosto. Neste momento, tenho dois gostos: o MediEvil porque acho muita graça voltar a jogar este clássico. E estou a explorar todos os conteúdos que temos em PlayStation Now, muitos deles para descobrir, outros revisitar. Estou a gostar imenso. Mas ao longo da minha vida fui tendo experiências de jogo e tudo isto é muito inter-geracional, pois tenho um filho de 17 anos e ele já me mostra novas coisas e discutimos sobre o assunto, numas coincidimos, noutras não, mas estou muito atenta, tanto por questões pessoais, como profissionais.
Uma das maiores iniciativas da PlayStation, para o mercado português, são os Prémios PlayStation Talents, que visam encontrar o melhor jogo de produção nacional. Como vê a evolução das propostas desde a primeira edição até agora?
O vencedor da primeira edição, o Strikers Edge, é por si, um grande jogo, que está a fazer uma excelente carreira a nível nacional e internacional. Mas o nível de propostas que estamos a receber, de ano para ano, continuam a surpreender pela positiva. Este ano temos os 10 finalistas dos Prémios PlayStation, que estão expostos aqui na Moche XL Games World, mas também os últimos três vencedores das edições anteriores, que ainda estão em desenvolvimento, para que a comunidade possa ver como estão a evoluir: o V-Rock, o KEO e o Out of Line. Acho que vão sair daqui grandes jogos e grandes vencedores, não só para a comunidade portuguesa, mas para a projeção internacional, pois é um dos nossos objetivos mostrar o talento português a nível global.
Este ano queremos demonstrar a nossa preocupação pela parte da responsabilidade social, com um prémio novo para as boas práticas, e um jogo que contribua para fazer uma diferença ao nível geral da sociedade. E como PlayStation temos apoiado lançamentos a esse nível, como o Concrete Genie, que lançámos em outubro, que foca temas como o bullying. Agora temos o Dreams, que está em fase beta, que no fundo estamos a criar uma máquina produtora de criatividade, em que qualquer pessoa pode criar o seu videojogo. É por aí, dentro da área de inovação que estamos a evoluir com a comunidade e com o ecossistema PlayStation.
Pela sua experiência e da importância do seu cargo, como é visto a PlayStation Portugal pelos congéneres europeus e mundiais?
Somos vistos como um exemplo a muitos níveis, pelo valor que a marca PlayStation tem em Portugal, e volto a relembrar que os 19 territórios que a PlayStation tem o Now, o nosso país é um deles. E também pelas muitas iniciativas que se realizam a nível local, que são vistas lá fora como benchmark e exemplos. Alguns desses senhores têm feito coisas muito interessantes que são reconhecidas pela empresa, fazendo questão de localizar os jogos, assim como desenvolver aquilo que achamos que faz sentido para a comunidade gamer portuguesa, como o Modo PlayStation, o PlayStation Talents e outras atividades que fazemos em Portugal a pensar na comunidade portuguesa.
Dos olhos da PlayStation, a nível de oferta e investimento, como vê a existência de dois eventos seguidos, como o Moche XL Games World e o Lisboa Games Week?
Vejo a existência dos dois eventos como o interesse da comunidade em videojogos, cada vez mais crescente. A indústria dos videojogos é grande e a nível global fatura o dobro do cinema e da música juntos, e tem uma atenção cada vez maior. Diria que os videojogos estão de moda e termos dois eventos, com o interesse da comunidade, quer dizer que a aposta significa um crescimento. E nós estamos onde a nossa comunidade estiver.
O Hermen Hulst assumiu a pasta do World Wide Studios e é um velho conhecido e amigo da Playstation Portugal, pelas suas presenças em cada jogo da Guerrilla lançado. O que te parece a nomeação dele, sobretudo em substituição do carismático Shuhei Yoshida?
Acho que é um excelente sinal e uma continuação da PlayStation a apostar no talento, independentemente de onde ele venha, e que mostra que nós estamos sempre a evoluir. Hermen é um gamer e vai trazer perspetivas e ideias novas para a empresa.
Já esteve com a PlayStation 5? O que nos pode dizer?
O que dissemos sobre a PS5 é aquilo que a empresa considera ter sido dito até ao momento, e certamente teremos mais anúncios para fazer até que seja lançada. Ao mesmo tempo vamos trabalhar com muito carinho todo o ecossistema PlayStation, assim como os lançamentos que ainda temos previstos para a PlayStation 4, como The Last of Us 2, o Ghost of Tsushima e até o Dreams que ainda não saiu.
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