O número de ameaças destinadas a infectar smartphones deverá mais que quadruplicar nos próximos "um a dois anos", de acordo com as estimativas do Kaspersky Lab Iberia, cujo director falou com o TeK à margem da apresentação das novas soluções de segurança da empresa.

A tendência já vinha sendo antecipada nos últimos três a quatro anos, mas ainda não aconteceu a "explosão" esperada, explicou Ricardo Hernández. O responsável adiantou ainda que, actualmente, a empresa conta cerca de 2.300 ameaças destinadas especificamente a sistemas operativos móveis, mas estima que estas possam passar a 140 ou 150 mil antes de 2012.

Em causa está malware compatível com quase todos os smartphones, neste caso com todos os que oferecem suporte a Java, que é a plataforma usada para disseminação em 80 a 90 por cento dos casos, acrescentou.

Esta realidade está associada à democratização da Internet no telefone e ao desenvolvimento do Java Micro Edition. Disponibilizado o ano passado, é muito utilizado para aplicações móveis, como jogos, e suportado pelos principais sistemas operativos móveis, servindo, por isso, como um bom veículo de propagação de ameaças - que já não precisam de ser dirigidas a um SO em particular.

Ainda assim, os números são muito pouco representativos face às cerca de 30 mil novas ameaças informáticas registadas, em média, a cada dia pelos serviços da empresa, em termos globais.

Um cibercrime orientado para o proveito económico, "profissionalizado", com um crescente grau de "especialização" e "segmentação" são as tendências a registar, segundo o especialista. A estas soma-se a volatilidade e rapidez dos ataques, durando em média pouco mais de 20 minutos, o que faz com que quando são detectados a ameaça já tenha muitas vezes sido desactivada e direccionada para novos alvos.

Procurando dar resposta a este tipo de ameaças e com especial enfoque na criminalidade informática dirigida aos utilizadores de banca online e redes sociais, plataformas a partir das quais se têm registado o maior número de ataques, a Kaspersky apresentou ontem as suas novas soluções de segurança: o Anti-Vírus 2011 e o Interner Security 2011.

A primeira, mais simples, garante protecção contra vírus para utilizadores que recorrem à Internet de forma mais esporádica. O Internet Security inclui um leque mais alargado de funcionalidades, para utilizadores intensivos da rede.

O software apresenta características novas e melhorias face às já incluídas em versões anteriores, como a aposta na nuvem e na actualização "em tempo real", cruzando a informação sobre os ataques sofridos por todos os utilizadores do serviço a nível mundial, o que permite uma identificação mais rápida das ameaças e o bloqueio das mesmas. Esta pode, não obstante, ser desactivada, e a empresa assegurou que não são guardados quaisquer dados pessoais do utilizador ou do uso que este faz da Internet.

Melhorias ao nível do controlo parental, que permite inibir a utilização do computador em determinados períodos do dia, ou a inclusão de um disco de resgate, para "arrancar" com um sistema operativo (Linux) fornecido pela Kaspersky e proceder à limpeza da máquina infectada, são outros dos destaques.

Os novos produtos estão disponíveis no mercado português ao preço de 39,95 euros, para o Anti-Vírus e 59,95 euros, no caso do Internet Security, ambos com licenças para utilização em três PCs pelo período de um ano.