A Microsoft colocou a hipótese de alargar o período de suporte do Windows XP para toda a Administração Pública, sem qualquer tipo de custo. Quem o disse foi o responsável da subsidiária portuguesa para o sector público, Alexandre Pinho, ao jornal i. A Agência para a Modernização, que tutela a parte informática da AP, não se pronunciou sobre o tema.



A revelação é feita depois de ter sido tornado público que os governos britânico e holandês vão pagar à Microsoft para que o sistema operativo continue a receber atualizações de segurança.



O jornal i que fez uma retroespetiva sobre como está a ser feita a transição nas principais áreas da administração pública – saúde, finanças e justiça -, revela ainda que desde setembro que os diferentes sectores estão a ser alertados para o final do suporte do Windows XP. Alexandre Pinho disse ao jornal que a atualização para versões mais recentes do sistema operativo não teria custos adicionais, isto porque os upgrades estão previstos nos contratos em vigor.



O problema não está na migração do sistema operativo, mas antes na renovação do parque informático que uma transição para o Windows 8.1, por exemplo, iria obrigar. E isso implica investimentos.



Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde não conseguem detalhar quantos computadores já terão feito a transição, mas admitem que ainda não receberam nenhum pedido de ajuda por parte das instituições de saúde no que diz respeito à transição. Nas próximas semanas será lançado um concurso público para que sejam renovados 5.000 computadores.



“Podemos continuar a trabalhar com o sistema antigo e fazer uma transição gradual em que haja antes uma resolução de todos os problemas, para que não haja prejuízo nem para os serviços nem para os contribuintes”, admitiu por outro lado o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Impostos, Paulo Ralha. Os problemas informáticos nas repartições das finanças são frequentes e o líder sindical manifesta alguma preocupação com o proceso de transição.



O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, Fernando Jorge, ainda não recebeu qualquer manigestação de preocupação dos tribunais relativamente ao tema do XP.



Os especialistas em segurança informática ouvidos ontem pelo TeK foram unânimes: num curto espaço de tempo o Windows XP não representa um perigo, mas daqui a um ano a situação poderá já ser considerada crítica.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico