Foi hoje conhecida oficialmente a provação do Open XML como norma ISO. O processo de normalização gerou polémica e grande debate público mas Marcos Santos, responsável pela Estratégia de Plataformas da Microsoft em Portugal, admitiu ao TeK a sua satisfação por ter permitido que "em todo o mundo pessoas com diferentes pontos de vista se juntassem e contribuíssem de forma positiva para a melhoria do formato".

Tal como o TeK já tinha adiantado ontem, com base em informação divulgada pela Microsoft e a ECMA, 86 por cento dos membros dos organismos nacionais que tomaram parte no processo de revisão votaram favoravelmente a aprovação da norma, sendo que era exigidos 75 por cento dos votos. O período para reavaliação dos votos encerrou à meia-noite de dia 28 de Março (Sábado).

Marcos Santos destaca a importância do trabalho feito nos últimos sete meses, tempo durante o qual durou o processo de revisão, que resultou num aumento de qualidade do formato e maior comprometimento. "Centenas de organizações contribuíram para este formato, desde as organizações que fazem parte da ECMA, até aos organismos presentes nos diferentes órgão de normalização por todo o mundo", realça.

Questionado pelo TeK o responsável pela Estratégia de Plataformas da Microsoft em Portugal admite que a discussão pública e alargada dos formatos e a sua normalização são tendências que se vão manter. "Tendencialmente as organizações vão cada vez apostar mais na interoperabilidade e o mercado está a pedir isso", sublinha, lembrando que nos próximos meses se vai assistir a novos desenvolvimentos na normalização de formatos.

Office e Open XML
A distinção entre a ferramenta Office e o formato Open XML é um ponto considerado importante por Marcos Santos que insiste que é preciso dissociar as duas coisas, embora admita que o Office será a ferramenta que mais documentos Open XML irá produzir. Porém, lembra que há um conjunto alargado de aplicações que suporta o formato para diferentes plataformas, com a vantagem de - como este formato é aberto - qualquer entidade poder desenvolver uma aplicação que leia o OOXML.

Mesmo sem números sobre a adesão dos utilizadores do Office 2007 ao formato Open XML - já que o pacote de produtividade permite guardar os documentos em diferentes formatos - Marcos Santos salienta que a adesão dos utilizadores portugueses ao novo Office tem sido muito positiva.

Os números relativos a Portugal indicam uma taxa de adopção de 15% no mercado de consumo, não considerando para estes valores o programa e-escolas onde cada computador com Office é entregue a alunos e professores com o Office 2007 instalado. Os valores também não consideram o mercado empresarial, cujos contratos permitem a actualização automática do Office para a nova versão ao ritmo de cada empresa.

Embora devido a políticas internacionais a Microsoft Portugal não divulgue números de venda locais, mas apenas percentagens, os valores de adopção do Office 2007 mostram uma taxa de crescimento de 230 por cento ao fim do primeiro ano, quando comparada com a versão anterior do pacote de produtividade.

Outro dado salientado por Marcos Santos que mostra a adopção dos utilizadores ao novo formato Open XML é o número de downloads do Compatibility pack, a ferramenta que permite aos utilizadores de versões anteriores do Office abrirem documentos OOXML, que tinha ultrapassado em Dezembro os 20 milhões.

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