A Missão Hera tem como propósito desenvolver tecnologias de defesa planetária, perante um possível impacto de asteroides sobre a Terra. Nesse sentido, o consórcio multinacional, liderado pela tecnológica GMV, está encarregue de conceber a análise da missão e desenvolver um sistema de guiamento, navegação e controlo da Missão Hera, que é dirigida pela Agência Espacial Europeia e coordenada pela OHB-System AG.

A missão Hera tem como base a herança do projeto Asteroid Impact Mission (AIM) e prepara a primeira missão interplanetária para visitar Didymos, um sistema binário de asteroides. Este é composto por um asteroide principal, batizado de Didymain de 800 metros de diâmetro, e outro, que gira na sua órbita chamado Didymoon, com 170 metros de diâmetro.

A NASA irá enviar a primeira nave DART (Double Asteroid Redirection Test) para chocar com o Didymoon, a uma velocidade de 6 KM/s, e dessa forma determinar se o poderia desviar, caso este entrasse em trajetória de colisão com a Terra. A HERA irá obter os dados da experiência, para depois desenvolver estratégias para responder a um cenário real. Estima-se que em 2022, o sistema binário chega a cerca de 16 milhões de quilómetros da Terra.

Empresa aeroespacial portuguesa recebe investimento de meio milhão de euros
Empresa aeroespacial portuguesa recebe investimento de meio milhão de euros
Ver artigo

Para além da defesa da Terra, a missão HERA tem também como objetivo o desenvolvimento científico e investigação da origem do Sistema Solar. A GMV afirma que todos os corpos do universo são réplicas do Sistema Solar primitivo, uma vez que se formaram nas primeiras etapas do seu desenvolvimento e se mantiveram sem alterações, fornecendo assim uma grande quantidade de dados científicos para serem recolhidos.

Em Portugal, a GMV tem como papel conceber as trajetórias e sequências de manobras necessárias para navegar até ao sistema de asteroides e junto dele. Juntam-se aos especialistas portugueses equipas na Roménia, Polónia e Espanha, formando um grupo de 20 profissionais que durante 12 meses vão desenvolver a tecnologia para controlar a nave espacial.