A Spin.Works tem-se destacado no desenvolvimento de mecanismos de separação para satélites e de sistemas de aterragem planetária com base em processamento de imagem, tecnologia que tem sido gradualmente integrada nos drones desenvolvidos pela empresa.
Para a organização especializada em ferramentas aeroespaciais este investimento por parte da Edge Admar SGPS é a oportunidade “para continuar com a tecnologia da empresa”. Vasco Pimenta revelou que a Spin.Works tinha um rendimento que oscilava “entre os 300 a 500 mil euros por ano” e a “expectativa é de um acréscimo forte na faturação da empresa na exploração de mercados internacionais” levando a uma duplicação dos resultados "nos próximos dois anos”.
Com o impulso dado pela Edge Admar, a empresa aerospacial portuguesa já duplicou os seus recursos humanos, passando de oito a dezasseis colaboradores e a expectativa é de que até ao final do ano a empresa adquira uma “dimensão superior”, revelou Vasco Pimenta, CEO da Spin.Works.
Mesmo com clientes “quase exclusivamente internacionais”, como a Agência Espacial Europeia, a Airbus Defence and Space e a OHB System, Vasco Pimenta afirma que “hoje em dia não há nenhuma razão para que não se façam projetos a nível mundial no nosso país”.
Um dos projetos em que a empresa está envolvida é a Asteroid Impact Mission (AIM), da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês), incidindo nos aspetos de orientação e de navegação. A AIM é uma missão que tem como objetivo explorar e demonstrar tecnologias para futuras missões ao mesmo tempo que aborda uma defesa planetária e realiza uma investigação científica sobre conjuntos de dois asteroides, também conhecidos por asteroides binários.
Apesar de a maior fatia do negócio da empresa ser o mercado aeroespacial, a empresa também desenvolve tecnologias ligadas aos drones. E no que toca ao vazio legal existente quanto à sua utilização, Vasco Pimenta comenta ao TeK SAPO que “a sociedade avança mais rapidamente que as regras que gerem a sociedade” e que “é do nosso interesse que estejam corretamente enquadradas legalmente”.
A Spin.Works foi fundada em 2006 com a missão de criar, desenvolver e implementar soluções inovadoras e eficazes no setor aerospacial com o objetivo de se tornar num integrador de sistemas nos emergentes veículos aéreos não tripulados.
Apesar de a indústria aeroespacial não ter ainda grande expressão e tradição em Portugal, têm surgido recentemente alguns projetos direcionados para o “espaço”: uma incubadora para jovens empresas desenvolver tecnologias e serviços focados no mercado aeroespacial; a abertura de um centro de competências em Portugal da D-Orbit; e uma tecnologia desenvolvida na Universidade de Aveiro que pode vir a ser uma prática muito comum na indústria aeroespacial e na indústria dos drones.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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